20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Na direita há quem culpe infiltrados. E tem Moro, um idiota sem convicção

Momentos antes dos atos terroristas, ex-juiz da Lava Jato criticava Lula por reprimir protestos, pra depois dizer ser contra a invasão

A Praça dos Três Poderes passou por momento de puro terrorismo, no dia 8 de janeiro, por causa de bolsonaristas extremistas que partiram para as vias de fato e colocaram em prática seus discursos antidemocráticos. Confrontaram a polícia, saquearam e destruíram as sedes do Legislativo, Executivo e Judiciário. Foi um domingo golpista.

Curiosamente, horas antes, ex-juiz e ex-ministro da Justiça, o senador diplomado Sergio Moro (UB) foi às redes sociais para cobrar resultados do Governo Lula. E mais curiosos, ao oitavo dia do ano: cobrar resultados e que parassem de reprimir protestos.

Nunca um comentário envelheceu tão rápido, pois menos de duas horas depois a turba bolsonarista invadia com violência as sedes dos poderes brasileiros em Brasília.

Mouro, que não consegue calar o bico para parar de grasnar, conseguiu se posicionar contra repressão de protestos na pior hora possível: momentos antes de um dos mais lamentáveis e trágicos momentos da democracia brasileira.

O ex-juiz, como se sabe, age como um idiota sem convicção e completamente sem timing político:

  • inventou de ser parcial ao julgar Lula;
  • abandonou a toga para ingressar no governo Jair Bolsonaro;
  • foi exonerado quando viu que não ganharia sua tão sonhada vaga no STF;
  • tentou a presidência em um partido, se mandou para outro;
  • tentou ser senador em São Paulo, sendo obrigado pela Justiça a concorrer pelo Paraná, onde está sua República;
  • resolveu abraçar Jair no 2º turno das eleições presidenciais;
  • apenas para se ver em um partido que fará parte da base aliada de Lula.

E como um idiota sem convicção, horas depois foi se manifestar para desdizer tudo o que disse e condenar o quebra-quebra em Brasília:

Direita se divide

Apesar de ter condenado, Moro literalmente horas antes era contra reprimir os atos golpistas. E em dois tweets, mais uma vez, mostrou não ter posição política nenhuma. Perdeu mais um pouco da centra e da direita (isso sem se esquecer que seu partido está na base de um governo de esquerda).

Até mesmo Jair Bolsonaro, lá perto da Disney, na Flórida, resolveu se esquivar. Além de chamar Lula de “atual chefe do Executivo do Brasil” ao cobrar que ele prove seu envolvimento no terrorismo de domingo, enfaticamente disse ser contra os atos de violência – apesar de ter passado quatro anos falando isso.

 

Leia mais: Sem anistia: Bolsonaro é responsável por invasão terrorista em Brasília

Levando-se em conta que ontem muitos do núcleo duro de Bolsonaro ficaram calados, como seus filhos 01, 02 e 03, vereador Carlos, senador Flávio e deputado federal Eduardo, além de parlamentares como Bia Kicis, até ano passado presidente da CCJ, teve quem teve a coragem de se manifestar… e culpar infiltrados da esquerda pelo quebra-quebra.

Fernando Holiday, do MBL, garantiu que gente de direita não faria aquilo. E ainda foi contra o afastamento do governador de Brasília:

O deputado evangélico Marco Feliciano lamento as consequências, mais do que o ato em si:

Feliciano teme que todos os bolsonaristas sejam taxados de baderneiros e criminosos, além de cantar a bola para uma “repressão sem limites” para o que ele havia colocado culpa em “ânimos acirrados”.

O discurso é o mesmo em esferas menores, como o verador Leonardo Dias, de Maceió, a capital mais bolsonarista do Nordeste:

Ele é mais um que não duvida de “infiltrados”, pois só a esquerda para provocar o que aconteceu ontem em Brasília. Não o gado que está há meses na porta dos quarteis esperando por mais “72 horas” para que acontecesse uma intervenção militar.

Claro, também tem o maior dos idiotas: o pastor Silas Malafaia, que em vídeo elencou tudo o que a esquerda teria feito no passado:

O pastor, que fala mais em ódio que amor, mais em diabo do que Deus, escolheu seu lado. Malafaia e outros ainda culpam a esquerda. Alguns como Bolsonaro estão se esquivando. Aí tem o Moro. Um idiota, sem partido, sem convicção, sem moral. Quiça, sem mandato.