7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
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O açoite da bola que incomoda a tranquilidade do domingo de praia

Em trechos e horários movimentados, a prática do frescobol torna-se um inconveniente para banhistas, e pede regras

(*) Por Fátima Almeida

Partidas de frescobol, na Praia de Ponta Verde, divertem banhistas, mas põem em risco a integridade de banhistas no entorno (Foto Armando Durval)

Mar bonito, domingão de folga e aquele sol tão esperado. O que pode atrapalhar o sossego desse momento curtido em família ou entre amigos? Se você pensou nos preços cobrados na praia, na abordagem dos ambulantes, no excesso de cadeiras ocupando a areia, pode até ter acertado – em parte!

Na verdade, o que mais tem chateado frequentadores da praia de Ponta Verde é a força da bolinha tratada a pancadas pelas raquetes do frescobol. E quando ela bate no rosto de uma criança… Ai, ai, ai!

O tal esporte praieiro, do agrado de homens e mulheres, sobretudo dos que estão no vigor da juventude, pode ser saudável, sim! Divertido, até! Mas acaba incomodando muita gente e causando transtornos, dando margem a acidentes, quando é praticado em locais de grande aglomeração, em dia e horário de grande movimento na praia.

Em algumas cidades praianas, esses problemas são evitados com regras que estabelecem, entre outras coisas, horários para o frescobol. Em Santos (SP), por exemplo, a prática esportiva está liberada apenas nos horários antes das 9h e após as 17h.  Mas aqui, no “Paraíso das águas”, é liberado a qualquer hora, em qualquer lugar. Quem manda é o bom senso, nem sempre é tão bom na cabeça pseudo-atlética de alguns marmanjos e garotas bronzeadas.

E o movimento de vai e vem da bolinha açoitada pela raquete torna-se um perigo constante para banhistas, sobretudo crianças que brincam na praia construindo castelos de areia, sem perceberem o risco de um acidente. E vez por outra eles acontecem.

Surgido na década de 40, em Copacabana (RJ), o frescobol é uma modalidade que exige ao vencedor bom ataque, boa defesa e velocidade com a bola, o que faz com que seus participantes imponham força na jogada. No açoite da raquete, a bolinha aparentemente indefesa pode alcançar a marca impressionante de velocidade equivalente a 60 Km/hora, marca registrada pela Radar Hall, em Copacabana, em 2017.

E nem sempre adianta reclamar, ou esperar que a lágrima da criança atingida com uma bolada surta o efeito de sensibilizar os jogadores a buscar local e horários mais apropriados; menos movimentados. Tem que ter regra, e esta, é o poder público que precisa estabelecer.

Né não?

(*) – Colaboração: Fátima Almeida, jornalista