Com ‘cheirinho’ de novo, inaugurado na manhã desta segunda-feira, pelo prefeito Rui Palmeira, o Centro Pesqueiro do bairro de Jaraguá traz perspectivas de vida nova com oportunidades de negócios, emprego e incremento de renda a mais de mil famílias. A projeção é de geração de trezentos empregos diretos e mil indiretos.
Mais que isso, o que parecia sonho – e como foi! – enfim, se materializou, embora só entre em funcionamento, de fato, nas próximas semanas. E prevê, antes de tudo, a capacitação dos novos empreendedores para gerir seus próprios negócios. Isso é um passo fundamental no caminho do acerto.
A construção e estruturação da central de comercialização e beneficiamento do pescado custou cerca de 10 milhões, investidos na edificação das bases estruturais e na aquisição de equipamentos. No ambiente tem frigoríficos para acondicionar o pescado, locais para armazenamento de produtos e acessórios, locais de vendas, lanchonete, fábrica de gelo, oficinas e espaço para passeio e segurança 24 horas, da Guarda Municipal.
Bem sinalizado com placas verticais que ajudam a ordenar as paradas, o estacionamento e o sentido do trânsito, o Centro é mais que um merecido apoio à atividade pesqueira, que compreende parte do potencial econômico da cidade, mas também brinda consumidores locais e turistas com uma opção de compras, abastecimento e ambiente agradável, dentro de uma área pesqueira, com segurança e conforto, no coração de Maceió.
Localizado no antigo bairro de Jaraguá o Centro Pesqueiro agrega valor ao processo de revitalização da área portuária – de belo casario constituindo o mais rico acervo arquitetônico de Maceió – abrindo novas possibilidades para retomar um processo iniciado lá atrás, há mais de 20 anos. Um processo que ganhou impulso nos governos Ronaldo Lessa e Kátia Born, quando chegou a atrair grandes e diversos negócios para o bairro, mas que acabou retrocedendo ou refreando, por uma série de motivos, entre eles a segurança e a falta de um investimento concreto para garantir emprego e renda aos moradores da antiga Vila dos Pescadores, que viviam ali em situação de favela, mas de sobrevivência atrelada à pesca.
Desde a gestão Cicero Almeida, quando houve a transferência de parte dessa comunidade para o conjunto habitacional Vila dos Pescadores, na Praia do Sobral, e depois, já na gestão Rui Palmeira, a desocupação total da antiga vila, por decisão judicial, os pescadores e marisqueiros esperam a conclusão dessa obra; a concretização desse empreendimento, coroando de êxito a luta, a incerteza, a resistência e a persistência de cada um que abraçou essa causa.
O Centro só deverá estar em pleno funcionamento daqui a 15 dias. Até lá, o que não vai faltar é atividade. Todos os pescadores e marisqueiros envolvidos terão que passar por capacitação. Nada mais justo já que atendimento e manuseio diferenciados e com excelência farão toda diferença no sucesso do empreendimento.
Resta deixar bem claro e definido, a quem caberá cada etapa da manutenção do Centro Pesqueiro. E reforçar a necessidade de vigilância e dedicação especial para que o local permaneça limpo e bem cuidado, digno de visitação de nativos e turistas. Para que não se transforme numa outra versão do Mercado da Produção, que um dia, também surgiu glamoroso, com cheiro de novo e repleto de esquemas organizacionais e de bons propósitos.
Lembrando que zelo e cuidado devem ser tarefas de todos, inclusive dos visitantes.