Em qualquer lugar do mundo as ações terroristas sempre têm uma motivação política. E o que mais influencia na sua materialização é a reprodução e a recepção dos discursos com esse fim.
Discursos de intolerância e do ódio que geram o combustível necessário, em meio a histeria coletiva.
Isto é, o terrorismo sempre é arquitetado por lideranças, cujos discursos dão rumos próprios ao terror. Partem, a princípio, de atos de violência simbólica, pontuais, contra alvos que interessam a causa em construção, até consumarem os objetivos, tal como o 11 de setembro americano (2001) , ou mais recentemente a invasão do Capitólio deles lá.
No atual caso brasileiro, esse roteiro vem sendo encenado desde antes do golpe contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
Os discursos das lideranças golpistas, a destruição dos direitos trabalhistas, o ataque aos direitos dos aposentados, a histeria em nome de “Deus, Pátria e Família”, bem como a cruzada armamentista, além dos constantes ataques à imprensa e jornalistas, logo motivaram uma massa de manobra formada por endinheirados, letrados e ignorantes de pai e mãe.
O script montado, portanto, foi da insuflação ao consummatum est. Para alívio democrático, a missão nefasta do último domingo, 8 de janeiro, não foi exitosa para os terroristas. No entanto, a ameaça continua…
Em casos desta natureza, o que se espera de um político, representante do povo, com o mínimo de seriedade, é posição clara e determinada contra o terror que destrói prédios, instituições e mata pessoas.
Político que respeita a sociedade e o estado democrático de direito deve ter a mínima noção que a democracia, com todos os seus defeitos, ainda é o sistema que mantém as esperança de dias melhores para uma Nação.
No entanto, cá entre nós das margens da Mundaú e Manguaba, há uma leva de gente com mandato político a fazer vistas grossas para o terror que mata e “destrói coisas belas”, como prédios históricos, memoriais, obras de artes, a cultura e os sonhos – não devaneios alucinantes – de um mundo em harmonia.
Há uma leva de gente oportunista que tem vergonha de se pronunciar com clareza, para não contrariar interesses de uma parcela de gente que lhe apoia e que toca o terror “numa boa”. Tudo em nome do caráter que lhe representa.
Gente assim, omissa e conivente, mais cedo ou mais tarde vai se revelar aos povos da pior forma possível.
Embora, na internet, já estejam mostrando as caras.