Além do ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, o dono da Havan, Luciano Hang, e os ativistas Allan dos Santos e Sara Winter, o inquérito da Polícia Federal contra fake news teve como alvos, nesta quarta (27), oito deputados bolsonaristas:
Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Daniel Lúcio da Silveira (PSL-RJ), Filipe Barros (PSL-PR), Junio do Amaral (PSL-MG), Luiz Philippe Orleans e Bragança (PSL-SP), além dos deputados estaduais Douglas Garcia (PSL-SP) e Gil Diniz (PSL-SP).
Eles não são alvo de mandados de busca e apreensão, mas o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que sejam ouvidos em dez dias e que suas postagens em redes sociais sejam preservadas.
Curiosamente, esta operação da PF em particular, Carla Zambelli não conseguiu prever, ao contrário do que havia adiantado na realizada contra Wilson Witzel, nesta terça.
O principal foco da operação é um grupo suspeito de operar uma rede de divulgação de notícias falsas contra autoridades, além de quatro possíveis financiadores dessa equipe.
As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e estão sendo executadas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. A investigação corre em sigilo.
Fake News
As investigações identificaram indícios de envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, no esquema de notícias falsas. E se a família elogiou a operação da PF que mirou o governador Wilson Witzel, fez diferente dessa vez:
O que está acontecendo é algo que qualquer um desconfie que seja proposital. Querem incentivar rachaduras diante de inquérito inconstitucional, político e ideológico sobre o pretexto de uma palavra politicamente correta? Você que ri disso não entende o quão em perigo está!
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) May 27, 2020
O inquérito busca elementos que comprove sua ligação e sustente seu possível indiciamento dele ao fim das apurações. Outro filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL de SP, também é suspeito. Ele, claro, também questionou o inquérito.
Esse não é aquele inquérito que a PGR Raquel Dodge pediu para arquivar mas o Min. STF Alexandre de Moraes não permitiu e deu continuidade?
Achei que não existisse processo judicialiforme no Brasil… Não é o MP/PGR titular da ação penal?https://t.co/CCzYS3I3qY https://t.co/hMiS41BtLP pic.twitter.com/zFk6PONg4L
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) May 27, 2020