20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Operação da PF faz auxiliar direto de Arthur Lira ser alvo de busca

Caso envolve suspeitas de desvios por empresa de outro aliado de presidente de Câmara

Luciano Cavalcante, um dos mais próximos auxiliares do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) é alvo de um dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal nesta quinta (1).

O auxiliar está lotado na Liderança do PP na Câmara e é conhecido em Brasília como uma das pessoas de maior confiança do político, que o acompanha em agendas diversas e viagens. A esposa de Luciano, Glaucia, também já foi assessora de Lira e aparece na investigação.

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A PF investiga um esquema de desvios em contratos de kits de robóticas custeados pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Uma das suspeitas é que Luciano e sua mulher Glaucia possam ser beneficiários de valores desviados de contratos para compra de kit robótica, custeados em parte com dinheiro de emendas do relator.

A PF chegou até Luciano Cavalcante e Glaucia ao investigar movimentações financeiras Megalic, empresa de um aliado de Lira, vencedora de licitações de contratos para venda dos kits, também alvo da operação.

Dinheiro apreendido pela Polícia Federal durante operação que investiga fraude com kit robótica – Divulgação

Catunda

A Megalic está em nome de Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD). A proximidade do vereador e de seu pai com Lira é pública.

Ao todo a PF cumpre 26 mandados de busca e 2 de prisão temporária. Segundo a PF, os crimes teriam sido cometidos entre 2019 em 2022 em contratos de 43 municípios alagoanos.

O vereador João Catunda ao lado do deputado federal Arthur Lira

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A área técnica do tribunal identificou, no total, 253 empenhos em valor total de R$ 189 milhões para a compra de kits de robótica. A maior parte é relacionada a recursos de emendas de relator, e nem tudo isso foi de fato pago.

A relação levantada pelo TCU indica priorização a prefeituras de Alagoas e Pernambuco, onde 12 municípios receberam R$ 44 milhões, segundo o órgão.