23 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Para Gilmar Mendes, Lava-Jato de Sergio Moro e Curitiba geraram Bolsonaro: “tem o germe do fascismo”

Ministro do STF atacou métodos usados no caso envolvendo Lula e diz que Moro se posicionou a favor da extrema direita

No programa Roda Viva de ontem (8), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) foi o convidado da vez e quando indagado sobre Lava-Jato, o ministro do STF disse não se arrepender de não ter permitido a posse de Lula como ministro da Casa Civil naquela época, pois lá estava convicto de que havia uma intenção distorcida por trás da nomeação.

“Se o ex-presidente, agora presidente, estava nomeada para a Casa Civil, por que não se deu posse? Por que se escondeu? Se tivesse problema, ou viesse uma ordem de prisão, mostrasse que já estava nomeado ministro. Por que foi escondido? Tudo isso ficou numa névoa e confusão”.

O ministro expressou ainda sua opinião direta ao afirmar que a Operação Lava-Jato teve uma conexão direta com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 e também menciona que as acusações contra Lula foram supostamente coordenadas entre a acusação e o ex-juiz Sergio Moro, que agora é senador. O que ele considera extremamente preocupante.

“Curitiba gerou Bolsonaro. Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as praticas que desenvolvem. Investigações a sorrelfa e atípicas. Não precisa dizer mais nada. Não é por acaso que os procuradores dizem, por uma falta de cultura, que aplicaram o Código Processual Russo”.

Bolsonaro

Sobre a operação da Polícia Federal que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta fraude no cartão de vacinação, Gilmar abstém de emitir uma opinião, mas não nega que se trata de uma situação atípica.

“A gente fica perplexo. Às vezes, a gente se pergunta se há alguma coisa para descer na escala das degradações. É história da vacina, campanha anti-vacina, falsificação no cartão na Baixada Fluminense. Eu pergunto: Deus, o que falta ainda aconteceu?”

E lamenta que o Brasil, um país com um histórico de campanhas de vacinação bem-sucedidas, tenha adotado a narrativa antivacina.