28 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Para receber ajuda Federal, Estados terão de cortar gastos e aumentar receitas

Tesouro vai antecipar até R$ 10 bilhões por ano em garantias para os estados por meio de empréstimos

Projeto de lei complementar que estabelece o Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal será acompanhado pelo Ministério da Economia

Os Estados que aderirem ao Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (PEF), pacote de ajuda da União, terão de cumprir pelo menos três de oito medidas de ajuste definidas como pré-requisitos. Enviado terça-feira (4) ao Congresso Nacional, o pacote tem o potencial de atender a até 12 estados e o Distrito Federal, que recebem nota C (a segunda pior) na classificação das contas locais.

As iniciativas abrangem:

  • privatização de empresas locais;
  • redução de incentivos fiscais;
  • retirada de benefícios ao funcionalismo local não previstos para os servidores da União;
  • teto local de gastos corrigido pela inflação ou pela receita corrente líquida;
  • eliminação de vinculações nos orçamentos locais não previstas na Constituição Federal;
  • centralização da gestão financeira no Poder Executivo local;
  • abertura do mercado de gás canalizado;
  • contratação de serviços de saneamento básico por meio de concessões.

Dessas oito ações, o governo local deverá escolher pelo menos três.

Segundo o Tesouro, esses Estados têm baixo endividamento, mas estão com as finanças comprometidas por causa de elevados gastos com pessoal. Esses governos não conseguem se credenciar para pegar dinheiro emprestado em bancos (públicos e privados) com garantia da União, prerrogativa dos estados com notas A e B.

As medidas de ajuste obrigam os governos locais a encontrar formas de elevar as receitas e reduzir os gastos para que possam aderir ao PEF. Além dos estados, o PEF estará disponível para as prefeituras a partir de 2021, com duração de quatro anos para os prefeitos que iniciarem o mandato após as eleições municipais.

Garantias

No caso dos estados e do Distrito Federal, o Tesouro vai antecipar até R$ 10 bilhões por ano em garantias para os estados por meio de empréstimos. A União, no entanto, verificará o cumprimento das medidas de ajuste ano a ano. Caso os ajustes fiquem aquém do plano estabelecido em conjunto pelo Tesouro e pela unidade da Federação, as parcelas dos anos seguintes serão suspensas.

O dinheiro do governo federal ajudará os estados a resolver problemas de caixa e a regularizar os compromissos. Com as garantias do Tesouro, os governos locais poderão contrair empréstimos em bancos e organismos multilaterais com juros mais baixos.

Projeto

O presidente da República, Jair Bolsonaro, enviou ao Congresso Nacional projeto de lei complementar que estabelece o Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal, o Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal. A mensagem de encaminhamento está publicada na edição de hoje (4) do Diário Oficial da União.

O Plano de Equilíbrio Fiscal, que recebeu do governo o apelido de Plano Mansueto (em referência ao secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida), prevê a concessão de empréstimos com garantia da União para estados com dificuldades financeiras.

Em troca, o governos locais terão de entregar um plano de ajuste ao Tesouro Nacional, que prevê o aumento da poupança corrente ano a ano. O Ministério da Economia acompanhará as medidas de ajuste fiscal dos estados.

Agência Brasil