7 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Paulo Guedes diz que reajuste salarial para servidores vai destruir a economia

Para Guedes, o ministro da Economia de Bolsonaro, servidores públicos são “vagabundos”

Paulo Guedes: nada de aumento salarial para os “vagabundos”

Depois de tachar os servidores públicos de “vagabundos”, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 07, que reajuste salarial “pode destruir a economia” do País.

A fala foi feita durante um evento do mercado financeiro. Segundo ele, o reajuste reviveria um momento de instabilidade econômica vivida pelo Brasil nos anos 1980 e 1990, quando o país foi tomado pela hiperinflação, fruto da indexação de preços.

O aumento salarial vêm sendo cobrado do governo pelos setores públicos. Gudes então reagiu:

“Se começar a dar reajuste para todo mundo, estamos empurrando o custo para filhos e netos, além de destruirmos a nossa economia também. Porque vamos voltar a lógica da realimentação inflacionária, de indexar tudo outra vez”, disse.

O governo federal bloqueou, no último mês, R$ 1,7 bilhão do Orçamento deste ano. A decisão foi tomada, pois falta espaço no teto de gastos, controlado pela regra de que as despesas não podem superar a inflação. Já o espaço de R$ 1,7 bilhões para reajustes salariais foi preservado. A brecha abre esperança para quem espera um aumento que alivie os efeitos sentidos pela crise econômica.

O ajuste fornecido por governadores também vêm pressionando o governo. No fim de março, por exemplo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sancionou uma lei que estabelece um reajuste de até 20% para servidores estaduais.

Um suposto aumento havia sido prometido por Bolsonaro a policiais federais. O anúncio gerou um mal-estar e revolta de outros servidores que fizeram paralisações, como os funcionários do Banco central (BC), Comissão de Valores Mobiliário (CVM), Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tesouro Nacional. Apesar das reivindicações, o ministro afastou uma possível reposição da inflação nos reajustes, que já chega a 10%.