6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Paulo Guedes pede “um pouco de paciência”, mas Brasil entra oficialmente em recessão

Segundo trimestre terminou com queda de 0,13%, o que marcaria o segundo trimestre seguido de contração da economia

Economia não andou como previa o ministro Paulo Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu hoje (12) políticas de liberalização econômica e pediu paciência para que as reformas comecem a mostrar resultado na recuperação do país. Sua fala foi durante um seminário sobre a Medida Provisória da Liberdade Econômica (MP 811/2019) no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

“Dê um ano ou dois, dê um governo, dê uma chance de um governo de quatro anos para a liberal-democracia. Não trabalhem contra o Brasil, tenham um pouco de paciência”. Paulo Guedes , ministro da Economia.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve alta de 0,30% em junho sobre o mês anterior, mas, ainda assim, o segundo trimestre terminou com queda de 0,13%, o que marcaria o segundo trimestre seguido de contração da economia, caracterizando o que os economistas classificam de recessão técnica.

O resultado mostrou forte desaceleração em relação à taxa de 1,1% em maio, segundo dado revisado que desconsidera os efeitos sazonais, mas ficou acima da expectativa apontada por pesquisa da Reuters de avanço de 0,10%%.

O IBGE divulgará os dados do PIB no segundo trimestre em 29 de agosto. No primeiro trimestre, a economia do Brasil teve recuo de 0,2% na comparação com os últimos três meses de 2018, de acordo com os dados do IBGE, na primeira contração trimestral desde os três últimos meses de 2016.

Na comparação com junho de 2018, o IBC-Br apresentou queda de 1,75% e, no acumulado em 12 meses, teve alta de 1,08%, segundo números do BC. Isso evidencia a fraqueza da economia, permanecendo estagnada desde o final do ano passado.

Projeção do PIB só faz cair

O segundo trimestre terminou com junho marcado por fraqueza na indústria e no setor de serviços. A produção industrial do Brasil contraiu 0,6% no mês, terminando o trimestre com contração de 0,7%.

Já o volume de serviços recuou 1,0% e apresentou o pior resultado para o mês em quatro anos. Somente as vendas no varejo tiveram ganhos no mês, de 0,1%, mas ainda assim encerraram o segundo trimestre com queda.

Na semana passada, o BC estimou que PIB deve ficar estável ou apresentar ligeiro crescimento no segundo trimestre.