Uma pesquisa do Instituto Datafolha, realizada em 147 cidades brasileiras nos dias 19 20 de março com mais de 2 mil entrevistados, diz que 55% não querem a volta da ditadura militar para o Brasil.
No entanto, 20% acreditam no retorno da ditadura, enquanto 22% acham que há um pouco de risco de retrocesso democrático.
A pesquisa diz ainda que 71% dos brasileiros consideram a democracia como a melhor forma possível de governo. Já 18% dizem que tanto faz se o país vive sob o regime ou não, enquanto 7% acreditam que sob certas circunstâncias uma ditadura é preferível.
Neste domingo, 31 de março, o golpe golpe militar que durou mais de duas décadas da mais recente ditadura brasileira completa exatamente 60 anos.
O Datafolha fez a questão em sete pesquisas até aqui. Na anterior à atual, de agosto de 2022, 49% acreditavam na impossibilidade de uma nova ditadura, com 25% vendo pouco risco e os mesmos 20%, risco definitivo.
Naquele momento, corria a campanha eleitoral entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL), um capitão reformado do Exército apologista do regime militar de 1964, e Lula (PT), que acabou vencida pelo hoje presidente no segundo turno. Ela foi marcada pelos ataques bolsonaristas ao sistema eleitoral.
Agora, investigações da Polícia Federal apontam para a existência de uma trama para manter Bolsonaro no poder após a derrota, que seria consumada durante os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. O cerco sobre o ex-presidente vem O momento na série em que os brasileiros foram mais assertivos acerca do risco da volta da ditadura foi em outubro de 2018, quando Bolsonaro foi eleito presidente. Naquele momento, 31% disseram sim à questão, enquanto 42% descartavam a possibilidade e 19% viam pouco risco.
Questionados agora, aqueles 30% dos entrevistados que se dizem muito ou um pouco bolsonaristas acreditam mais numa volta da ditadura. Para 32%, o risco existe, enquanto 45% dizem que não. Outros 22% acham que há poucas chances.
Já os 41% de autodeclarados petistas ou simpatizantes são mais céticos: 59% não acreditam na volta do totalitarismo, 24% veem alguma chance e 13%, totais condições para tal.
Aqueles 21% de neutros da amostra vão na mesma linha, com 55% de descrentes no risco, 24% vendo algum e 15%, nenhum.