Uma das metas do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para os próximos dias é convencer o presidente Lula (PT) da necessidade de uma CPI que investigue os atos de 8 de janeiro, em que manifestantes invadiram e depredaram áreas do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com a reeleição de Rodrigo Pacheco como presidente do Senado (PSD-MG) e a instalação de uma CPI já sinalizada, Lula se manifestou contra, dizendo que ela pode criar uma “confusão tremenda”.
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O alagoano não só pensa diferente como diz que buscará convencer Lula para que o petista apoie os trabalhos da comissão. Ele afirma que a instalação da CPI é uma prioridade, sendo necessária para aprofundar os fatos, ainda que eles envolvam militares e ex-militares de alta patente que supostamente colaboraram com os golpistas.
“Há muito temor em certos setores de investigar militares. Mas a coexistência pacífica com golpistas é um erro. O cientista político Antônio Lavareda nos alerta, em um artigo histórico que esses fatos precisam ser investigados. Se não debelarmos essas tentativas de golpe definitivamente, vamos ficar expostos a essas tensões a todo o momento”.
A CPI ganhou mais força depois que o senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou que o próprio Jair Bolsonaro (PL), no fim de seu mandato como presidente da República, tentou coagi-lo a participar de um golpe.
Gravíssima a denúncia de um senador que registrou uma tocaia contra um ministro do STF em um conluio entre o ex-presidente e um ex-deputado, preso pela 3 vez e indultado por Bolsonaro. É digital miliciana de Bolsonaro no golpe. A CPI é uma imposição. Cadeia para os golpistas.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) February 2, 2023
O senador afirmou em entrevista à GloboNews que Bolsonaro e o ex-deputado federal Daniel Silveira tentaram convencê-lo a gravar uma conversa com o ministro do STF Alexandre de Moraes para tentar comprometer o magistrado e melar as eleições, que deram a vitória a Lula.
“O Executivo, por meio da Polícia Federal, já está investigando os atos terroristas. O Judiciário também. O Congresso não pode se omitir, tem que fazer a sua parte. Precisamos de vigilância permanente contra os golpistas. E na CPI é possível ter audiência e vigilância popular”.
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Para Calheiros, Lula precisa entender que a CPI será instalada de qualquer forma —ou por iniciativa de parlamentares que apoiam seu governo, ou por iniciativa da oposição, que então tentaria direcionar as investigações contra supostos equívocos do governo do petista na condução da crise.