O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anulou nesta segunda-feira (8) todos as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Justiça Federal no Paraná relacionadas às investigações da Operação Lava Jato.
Na decisão, Fachin afirma que, como corolário da incompetência, ele declara a “nulidade” dos atos decisórios, inclusive do recebimento das denúncias contra Lula. Com a decisão, o ex-presidente Lula recupera os direitos políticos e volta a ser elegível.
Entretanto, o consenso é de que a decisão de Fachin, que também invalidou habeas corpus impetrados pela defesa que questionavam a conduta da Justiça, inclusive a suspeição de Moro, foi para salvar a Lava Jato.
Decisão essa que não deixou o senador alagoano Renan Filho (MDB) muito satisfeito. Embora tenha considerado “um passo importante” Lula se tornar elegível, ele ainda quer Sergio Moro sendo julgado:
“A decisão de tornar o Lula elegível é um passo importante. Mas a Justiça não pode deixar de julgar e jogar para debaixo do tapete a parcialidade do então juiz Sérgio Moro. As responsabilidades precisam ser apuradas”. Renan Filho em seu Twitter.
Outro alagoano, o presidente da Câmara, Arthur Lira, falou em ‘merecida’ absolvição de Lula no STF, mas não para Sergio Moro:
Minha maior dúvida é se a decisão monocrática foi para absolver Lula ou Moro. Lula pode até merecer. Moro, jamais!
— Arthur Lira (@ArthurLira_) March 8, 2021
Cadeia
Em 3 de fevereiro, o senador Renan Calheiros afirmou que Sergio Moro e Deltan Dallagnol tem como destino “a cadeia”. A reação do alagoano aconteceu depois do ministro Ricardo Lewandowski levantar o sigilo de parte do material apreendido na Operação Spoofing, que prendeu suspeitos de invadir os celulares de Moro e de procuradores da Lava Jato.
Sérgio Moro se agarra a única bóia: negar obsessivamente o que agora está provado pelo STF. Quer se fazer de doido. Alucinações e delírios são sintomas de psicoses. Só que ele e Deltan Dallagnol estavam bem lúcidos quando cometeram seus crimes. O destino de ambos é a cadeia.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) February 3, 2021