Durante a inauguração de 26 novos leitos na Maternidade Santa Mônica, o governador Renan Filho (PMDB) foi questionado sobre os tremores de terra ocorridos em Maceió na última sexta-feira, 02, e disse que pediu uma investigação rigorosa da Defesa Civil, Bombeiros e instituições do meio ambiente para saber o que de fato aconteceu.
Disse que estava atento às especulações feitas nas redes sociais, mas que iria aguardar um relatório conciso dos técnicos do governo envolvidos na apuração dos fatos.
Mas, deixou claro que se ficar comprovado que o caso tem relação com outra atividade que não seja a própria natureza, “então vou exigir punição dura para os responsáveis, por que não podemos admitir que a nossa população corra riscos em função desses fatos”.
O governador declarou que não poderia se antecipar nesse caso, para não cometer injustiças, mas que estaria acompanhando atentamente a questão para um posicionamento futuro com base nos dados a serem apresentados.
Especulações apontam exploração do Salgema como a causa
Nas redes sociais durante todo o fim de semana o que se comentou foi que a exploração do Salgema na capital teria gerado o problema. As denúncias falavam de uma manifestação do ex-reitor e cientista da Universidade Federal de Alagoas, Rogério Pinheiro, há mais de 30 anos, de que a capital alagoana sofreria com abalos sismicos em função da exploração do Salgema pela Brasken. A empresa não se manifestou, nem o ex-reitor se pronunciou.
O professor de geologia do Cesmac, Ricardo Queiroz, disse à Gazetaweb que o solo de Maceió é retalhado por fissuras e estas teriam provocado os tremores. “O nosso solo é todo falhado, existem blocos com irregularidades, como se fossem caixas separadas há cerca de 180 milhões de anos. Esta falha vai de Norte a Sul da capital, ou seja, em alguns bairros, a separação entre as camadas sedimentares é mais acentuada, como no Pinheiro. Em decorrência disso, quando chove, a água infiltra no solo e ocorre a movimentação das caixas”, disse o geólogo.