Magoou?
Apesar do poder e da força incontestáveis, no Planalto Central, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não conseguiu manter seu afilhado político, o alagoano Vinícius Lages, à frente do Ministério do Turismo. E foi com poucas palavras, em nota oficial da Secretaria de Imprensa, que a presidente Dilma comunicou oficialmente o nome do ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para o cargo, ao mesmo tempo em que comunicou a saída de Lages. Não, sem antes ouvir Renan, claro. A mudança seria, aparentemente, uma maneira de acomodar melhor os interesses do maior partido da base de sustentação – do qual fazem parte os presidentes do Senado e da Câmara Federal, Renan e Eduardo Cunha; o vice-presidente da República a articulador político do governo, Michel Temer, e os ministros Vinícius Lages (que sai) e Eduardo Alves (que chega). Tudo em casa; tudo bem, então? As aparências dizem que sim. A posse de Alves está marcada para as 16 horas desta quinta-feira (16). Quanto a Lages… bom, Renan Calheiros recursou a oferta de outros destinos para o afilhado político, no governo, entre elas o comando da Infraero, da Codevasf e da Conab…
Cartas na mesa
… E como se cantarolasse, ‘despretensiosamente’, Flávio José, em “Eu não preciso de você”, Renan já acomodou Vinícius Lages no cargo de chefe de gabinete da presidência do Senado. Mas, se vale um conselho, é bom o Palácio ficar atento ao resto da música. Sobretudo aquele verso que diz: “o jogador conhece o jogo pela regra…”. É assim.
Lacuna
Vinícius Lages passou pouco mais de um ano à frente do Ministério. E nas poucas palavras com que comunicou a sua saída do cargo, a presidente Dilma agradeceu o empenho e a lealdade do ministro alagoano. E não foi só ela a demonstrar reconhecimento ao trabalho desenvolvido. Na quarta-feira, durante reunião da Comissão de Turismo Integrado do Nordeste (CTI-NE), secretários de Estado prestaram homenagem ao ex-ministro, destacando sua contribuição para o crescimento do setor. De Alagoas, a secretária Janine Pires destacou que “Vinícius Lages, com seu conhecimento técnico, deu um novo direcionamento para as políticas públicas do turismo no País, deixando resultados muito significativos”, destacou Janine.
Resgate
Filho do ex-governador do Rio Grande do Norte, Aloísio Alves, o novo ministro do Turismo exerceu 11 mandatos de deputado federal, o primeiro, aos 22 anos de idade. Em 2014, perdeu a disputa pelo governo do seu estado, para o Robinson Faria, do PSD. Seu nome foi cotado para assumir o Ministério do Turismo desde o início do segundo mandato da presidente Dilma, mas, por causa de uma citação na Operação Lava Jato, houve um recuo. Agora, que o Ministério Público Federal entendeu que não há indícios suficientes para investigá-lo, o governo resolveu resgatar o compromisso de nomeá-lo ministro.