Após protestos de artistas locais, que não são respeitados pela gestão municipal, a Prefeitura de Maceió anuncia a contratação do cantor sertanejo Zé Neto por R$ 1 milhão e 200 mil, conforme publicação no Diário Oficial do Município.
Os artistas fizeram protestos por que não recebem os valores ínfimos de seus contratos, ainda de eventos passados. Por isso foram à praça Dois Leões, nesta terça-feira, 11, quase em frente a sede da Prefeitura e manifestaram repúdio à gestão do prefeito JHC pelo descaso com a cultura local.
Na praça, “os fazedores cultura” protestaram contra o calote dos cachês, muitos deles do São João de 2023. Com faixas e cartazes, eles pediram respeito ao setor cultural alagoano e deixaram claro que fazer “cultura em Maceió não é massa”.
Contratos milionários
Enquanto isso, a prefeitura fez um contrato sem licitação para “São João Massayó 2024”, com a empresa Balada Eventos e Produções no valor de R$ 1,2 milhão, exatamente para pagar o cachê do “sertanejo” Zé Neto, natural de São José do Rio Preto, São Paulo.
Além do sertanejo paulista, a Prefeitura de Maceió também vai pagar o mesmo valor para o cantor Gustavo Lima.
“Mais que um desrespeito é um acinte contra o movimento cultural da cidade, contra os artistas e a sociedade em geral que, naturalmente, vai pagar essa exorbitância, principalmente depois dos R$ 8 milhões que saíram dos cofres municipais para pagar a Escola de Samba Beija Flor no carnaval deste ano”, reagiu o presidente do PT, Ricardo Barbosa, ao tomar conhecimento da publicação do contrato no Diário Oficial.
O dirigente ainda estranhou o silêncio da Câmara de Vereadores de Maceió, diante do descaso municipal para com a cultura e os artistas alagoanos. “É lamentável que tudo isso esteja acontecendo, inclusive diante dos órgãos de fiscalização”, declarou.