29 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
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Rio: quando o aparato policial é dominado por bandidos fardados

No caso Marielle fica evidente como eles dominam e corrompem as instituições.

Se há algo de alto percentual de podridão, corrupção e de grupos criminosos neste País está exatamente na polícia do Rio de Janeiro. Lá, a instituição se confunde com o Sindicato do Crime.

Os fatos falam por si só. A cidade é dominada pelas milícias, que por sua vez são acobertadas pelos políticos que se beneficiam politicamente e financeiramente dos resultados do crime organizado.

É bem verdade que o Rio de Janeiro continua lindo, mas suas instituições estão carcomidas pelo que há de pior na estrutura da organização social.

Os assassinatos covardes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes colocaram as instituições em cheque, após um ano sem que as autoridades policiais quisessem apresentar os matadores.

Apreensão em imóvel do sargento Ronnie

E este caso evidenciou para o mundo o nível de contaminação institucional com o crime. Não foi à toa que delegados, promotores, militares e tantos outros agentes públicos trabalharam na contrainformação para que o caso não fosse esclarecido.

Arranjaram testemunhas falsas, pressionaram, ameaçaram e até pagaram somas vultosas a agentes públicos para que o caso Marielle fosse apenas mais um de milhares que por lá acontece sem que a sociedade tenha resposta real da justiça. E isso tem sido uma praxe.

A rigor, nesta história não há nada resolvido ainda. Nem com as prisões dos dois meliantes – policial e ex-policial, notadamente líderes milicianos a serviço do crime, por que podem se livrar a qualquer momento das acusações, tamanho é o comprometimento das autoridades do aparato de segurança carioca com os senhores do crime.

Em suma, são criminosos também.

Basta imaginar que quando a força tarefa foi prender o sargento Ronnie Lessa, ele fez questão de dizer que já havia sido avisado por fontes da operação policial que estavam indo prendê-lo. O mesmo se deu com ex-militar Élcio Queiroz. É assim, nada escapa deles.

Em seguida a promotora pública Simone Sibílio confirma que houve vazamento dentro da estrutura do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

Tanto é que a Polícia Federal faz a investigação da investigação nesse caso. Ou seja, triste sociedade que está à mercê de comandos criminosos, travestidos de autoridades, com muitos usando fardas que lhes deveriam ser tomadas.

Há homens e mulheres de bem nessas instituições, indiscutivelmente. Mas, não é exagero dizer que por lá as ervas daninhas infestaram o ambiente e transformaram tudo em um pântano perigoso e absolutamente traiçoeiro.