23 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Santa Casa tem centro avançado para patologias complexas da aorta

Centro atua para ser referência no País em doenças vasculares

O Serviço Avançado de Doenças Vasculares (SAVE) da Santa Casa de Maceió comemorou um feito importante na madrugada do último domingo. Um paciente de 38 anos, oriundo do interior do estado, foi submetido a procedimento complexo endovascular para tratamento de uma das doenças com maior mortalidade dentre as doenças cardiovasculares – o Aneurisma Gigante Dissecante Rôto da Aorta Tóraco-abdominal (AGDRAT).

O paciente foi referenciado de hospital no interior do estado para a Santa Casa de Maceió e, após avaliação inicial e preparo, foi encaminhado para a Hemodinâmica do hospital, uma vez que apresentava risco iminente de hemorragia interna irreversível, com o consequente óbito.

Centro avançado da Santa Casa de Maceió

Após duas horas de procedimento, todos puderam respirar aliviados. O alívio justifica-se: o paciente sobreviveu sem quaisquer sequelas a uma enfermidade que possui um altíssimo índice de morbimortalidade.

Com mais esta cirurgia, aliada aos demais procedimentos eletivos no tratamento das doenças da aorta e seus ramos, o Serviço Avançado de Doenças Vasculares da Santa Casa de Maceió passa a integrar um seleto grupo de hospitais brasileiros aptos a tratar pacientes acometidos por doença complexa como as emergências por ruptura do aneurisma da aorta no tórax e no abdome. Todas são realizadas com procedimentos minimamente invasivos (cateterismo).

Para se ter uma ideia da gravidade do problema, em quase 90% dos casos o paciente vem a óbito antes de chegar no hospital e aproximadamente 75% dos que conseguem ser atendidos morrem dentro do ambiente hospitalar.

Responsável pelo procedimento cirúrgico e pela implantação do SAVE em outubro de 2017, o cirurgião endovascular e professor doutor Bruno Freitas explica que o diâmetro normal da aorta no tórax é de 2,5 a 3,5 cm em média. No caso do paciente em questão, submetido à cirurgia na Santa Casa, o diâmetro medido chegou a 10,8 cm, apresentando a dissecção com ruptura deste.

O procedimento cirúrgico foi realizado com êxito graças à intervenção precoce (ainda com hemorragia em estágio tratável) aliada à disponibilidade de infraestrutura de ponta e equipe altamente especializada capacitada para este tipo de tratamento.

Cirurgia vascular minimamente invasiva tem indicação consolidada

A equipe de Cirurgia Vascular da Santa Casa de Maceió tratou esta semana um paciente com aneurisma tóraco-abdominal implantando uma endoprótese, que recobriu por completo o aneurisma, eliminando o vazamento de sangue e mantendo a aorta em condições para continuar exercendo o seu papel de irrigar todas as regiões do corpo humano.

Para tanto, foi necessária uma pequena punção no braço e uma incisão na virilha do paciente, por onde foi implantada a estrutura da prótese arterial.

Bruno Freitas, cirurgião

A rapidez e precisão na intervenção evitou também que o paciente ficasse paraplégico. Quem explica é o próprio professor Bruno Freitas, cirurgião que trabalhou nos últimos seis anos em Leipzig (Alemanha) e vem ganhando notoriedade no País por promover em Maceió e em outros países oficinas práticas com médicos brasileiros e estrangeiros.

“Da aorta saem vasos que garantem o fluxo sanguíneo para partes essenciais do organismo, um deles a coluna vertebral. Caso o implante obstrua a saída de alguma artéria que irrigue a medula espinhal o paciente pode ficar paraplégico”, comentou Bruno Freitas.

Em sua análise, “a dificuldade na realização do procedimento reside no altíssimo risco e gravidade da doença e na necessidade de intervenção rápida, precisa e eficaz, o que exige uma equipe multiprofissional muito bem treinada e infraestrutura hospitalar de alta complexidade.”

Centro atua para ser referência no País em doenças vasculares

Serviço Avançado de Doenças Vasculares (SAVE) da Santa Casa de Maceió já realizou, desde sua implantação, 237 cirurgias de doenças arteriais e venosas complexas e mais de 200 isquemias críticas, sendo cerca de 70% dos pacientes oriundos do SUS.

Além do pé diabético e das isquemias, o SAVE realiza intervenções, como: quimioembolização de tumores, cirurgias da aorta e carótidas, intervenções em obstruções de vias biliares, tratamento endovascular do tromboembolismo venoso e embolia pulmonar, embolização de miomas uterinos etc.

“A idéia e o esforço de toda a equipe e direção é tornar o SADE referência no País em tratamento minimamente invasivo complexo em angiorradiologia e cirurgia endovascular”, planeja o cirurgião Bruno Freitas.  (Theodomiro JR/Ascom)