20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Sessão na Câmara em homenagem à vereadora assassinada tem ato contra intervenção no Rio

Manifestantes não pouparam críticas ao governo de Michel Temer e também hostilizaram o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia

Agência Brasil

Uma sessão solene na Câmara dos Deputados em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ) e ao motorista Anderson Gomes, mortos a tiros na noite desta quarta-feira (14) na capital fluminense, ganhou contornos de ato contra a intervenção federal no Rio de Janeiro, com duras críticas ao governo Michel Temer. Sobrou até para Rodrigo Maia (DEM/RJ), presidente da Câmara e pré-candidato à Presidência da República, que presidiu a sessão aos gritos de “Golpista”.

Durante o início da homenagem, com cortejo pelo corredor principal da Câmara, militantes carregaram girassóis e levantaram uma faixa com os dizeres: “Marielle presente, Anderson presente: Transformar o luto em luta”. Ao entrar no plenário os manifestantes ergueram cartazes contra a intervenção militar e com fotos da vereadora e gritaram palavras de ordem contra a intervenção no Rio de Janeiro, “Fora, Temer”, “Fora, Maia”, “Fora, Bolsonaro”, “Fascistas não passarão” e “Golpistas”.

“Cada uma de nós, sobretudo as mulheres, nos sentimos morrendo um pouco”, disse a deputada Luiza Erundina (PSOL/SP), que destacou o crescimento desse tipo de crime “no curso de um governo sem legitimidade”. Visivelmente abalado, o deputado Jean Wyllys (PSOL/RJ) também discursou. “Perdi uma companheira de luta, estamos aos pedaços, mas não vamos esquecer”, disse.

Rodrigo Maia, que insistiu em seguir presidindo a solenidade, mesmo sendo orientado por seguranças para que deixasse o evento, minimizou as críticas e defendeu a intervenção federal no Rio. “É importante que o planejamento seja transparente e claro e que o governo federal entenda que há um sucateamento da estrutura da Polícia do Rio de Janeiro. Mas eu ainda estou confiante”.