Somente 3% dos cursos de ensino superior de instituições particulares avaliados no último Enade tiveram conceito máximo. Esse índice é de 29% entre cursos de universidades federais.
O Enade é uma avaliação federal realizada pelos concluintes de ensino superior. Os resultados da última edição, aplicada em 2018, foram divulgadas pelo MEC (Ministério da Educação) nesta sexta-feira (4).
Os resultados do exame compõe o sistema de avaliação e regulação das instituições de ensino superior. A cada três anos, são avaliadas determinadas áreas do conhecimento.
O governo estuda mudar o edital do exame já para o ano que vem para poder divulgar os melhores resultados, como forma de incentivo para que os estudantes se empenhem durante o exame, disse Alexandre Ribeiro Lopes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enade.
“Não deveria ter o diploma. (…) Eu acho que quem faz 0 a 20% foi sabotar”. Abraham Weintraub, ministro da Educação.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem repetido críticas à qualidade das universidades federais e já declarou que o setor privado terá prioridade na expansão de vagas.
Weintraub também defendeu que as próprias instituições toquem uma autorregulação de qualidade, o que é defendido pelas empresas educacionais.
Números
Além dos 3% dos cursos com nota máxima, 5, quase metade (48%) dos cursos avaliados nas instituições privadas (com e sem fins lucrativos) ficaram com conceito 3, o mínimo exigido, e 18% com nota 4. Outros 31% ficaram com as notas 1 e 2.
Já as federais registram 29% dos cursos na nota máxima, 35% com o conceito 4 e 25% estão situados no conceito 3. Pouco mais de 11% ficaram com as notas 1 e 2.
Entre as universidades estaduais, o percentual de cursos com nota máxima foi de 12%. Na outra ponta, 21% tiveram notas 1 e 2.O ensino superior brasileiro registrou em 2018 um total de 8,4 milhões de matrículas. Do total de matrículas, 75% estão em instituições privadas.