5 de julho de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Só em Alagoas mais de 700 mortos, e ainda assim parte da população duvida da pandemia

Há muitas pessoas sem máscara, usando-as como suporte para o queixo ou discursando contra governadores ou China, e a favor de Bolsonaro

O Governo de Alagoas confirmou, nesta sexta-feira (12), mais 831 casos de Covid-19 e 20 óbitos causados pela doença. No total, já são mais de 20 casos confirmados em todo o território alagoano. E os mortos acumulados já são 701.

E nesse avanço de dados, Maceió já é a capital com o maior crescimento no número de infectados pelo novo coronavírus no Brasil

Ainda assim, em uma saída necessária à farmácia ou ao supermercado, você pode testemunha vendo e ouvindo que boa parte da população parece ainda anestesiada, descrente do impacto da pandemia. Seja nos estabelecimentos, no movimento do trânsito ou do centro: a movimentação e a voz das ruas trás até um pouco de incômodo.

Máscara para que?

Não é raro topar com pessoas sem máscara. Isso quando não estão usam a mesma, mas como suporte para o queixo, deixando o rosto completamente exposto. Ou mesmo na testa.

Quase como se estivessem utilizando ela apenas para evitar questões legais ou apenas para se enturmar. Algo como “estou com a máscara no rosto, mas não tô me preocupando com esse vírus”.

Há ainda os casos desconcertantes dos que teimam em deixar o nariz de fora. A máscara incomoda, é verdade. Talvez até aperte contra o rosto, mas de que adianta cobrir a boca com as narinas expostas?

Isso porque não devemos nos esquecer dos seres “geniais” que retiram a máscara para enviar um áudio no celular. Como se o som de sua boca fosse terrivelmente abafado por elas.

O pior de todos é o que resolve gritar tirando a máscara, assim como aquele que pra espirrar ou tossir, faz o mesmo. Ainda que pro lado, ainda que cobrindo com o braço: a máscara é para confinar você dentro dela. Falando, tossindo, espirrando. Depois a descarte, a troque.

Seja na orla, no Jacintinho, Centro e interior. Em todo o Brasil, que seja: o brasileiro parece ser incapaz de proteger as próprias vias aéreas, quanto mais se preocupar com o outro.

Malditos governadores, pobre Bolsonaro

E em um paz rachado pela política, muito se reflete nos líderes que escolhemos seguir. Há ainda quem siga o presidente. Que diante de muita besteira, incongruência e diversos outros crimes cometidos nesta pandemia, atacou de maneira forte recentemente: incentivou apoiadores a invadirem hospitais para que filmem o leitos, já que os governadores e prefeitos estariam mentindo.

O presidente ainda acha que tudo é uma mentira. Acha que há uma conspiração de governadores e prefeitos para derrubá-lo, coitado. Pobre presidente, com o mais alto salário público, além do salário integral de parlamentar e de reformado do exército: todos estão contra ele.

Toda pessoa sensata compreende a situação extrema que empresários e funcionários vem enfrentando nesta pandemia. A fonte está secando. Mas estamos durando muito em nossas ações contra o coronavírus exatamente por causa disso: demoramos a acreditar no perigo.

Nas ruas ainda ouvimos pessoas, seja compradores, funcionários ou empresários: muitos estão com raiva dos governadores, com raiva da China, com pena de Bolsonaro. Tudo não passa de um esquema para conseguirem dinheiro em troca de uma farsa, que seria essa pandemia.

No momento, estamos com uma média de estadual de 20 mortes confirmadas por dia. E nossa rede hospitalar está ficando cada vez mais ocupada, a ponto de chegar num momento em que, quantos muitos forem precisar, não haverá vagas. E a situação é muito pior em outros estados do Brasil. Ainda assim, há ainda quem duvide da pandemia. Estamos perdidos.