O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu de Curitiba, em direção a São Paulo, em avião que decolou às 7h20, para para acompanhar o velório do neto Arthur, de 7 anos, falecido ontem em decorrência de um quadro de meningite meningocócica.
Antes, sem algemas Lula deixou a carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba às 7h e seguiu em um helicóptero da Polícia Civil para o aeroporto, sob forte esquema de segurança.
Ele foi autorizado pela Justiça Federal a deixar a prisão, ao contrário do que acontecera com seu irmão, falecido no final de janeiro. A autorização para se despedir do irmão só foi confirmada pelo STF 15 minutos após o enterro.
Emocionado
O ex-presidente chorou aos soluços quando foi informado pelo chefe da custódia da morte de Arthur. Ele repetia que a morte da criança contrariava a lógica da vida. Aliados avaliam que este é o golpe mais duro já sofrido por ele desde a prisão.
A informação da morte de Arthur Araújo Lula da Silva, 7 anos, foi confirmada pelo Hospital Bartira, do grupo D’Or, em Santo André, Grande São Paulo.
“O Hospital Bartira informa que o paciente Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, veio a óbito às 12h11, devido ao agravamento do quadro infeccioso de meningite meningocócica. O paciente havia dado entrada às 7h20 desta manhã com quadro instável” Nota do Hospital Bartira.
Ele ficou tão abalado que a direção da carceragem da PF permitiu a entrada de Gleisi Hoffmann, presidente do PT, na cela. Lula também foi autorizado a falar com os advogados.
O próprio Lula pediu que o PT desestimulasse atos políticos no velório do neto, como acontecera no velório de seu irmão. Arthur era muito próximo do avô e chegou a morar com o petista por um período e foi visitá-lo na cadeia por duas vezes.
Irmão
Em 30 de janeiro deste ano, chegou tarde demais a autorização para que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse a São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, onde fora enterrado o irmão Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá.
“Lula não perdeu o enterro. Foi impedido de ir”, disse o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Apenas 15 minutos antes do enterro o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli autorizou Lula a se encontrar com familiares.
Lula já havia perdido o velório, que começou às 18h da última terça (29), e segundo Toffoli, teria “o direito de se encontrar exclusivamente com os seus familiares, na data de hoje, em Unidade Militar na Região, inclusive com a possibilidade do corpo ser levado à referida unidade militar, a critério da família”.
O presidente em exercício Hamilton Mourão disse nesta terça-feira (29) que via com naturalidade a possibilidade da saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da prisão para acompanhar o enterro do irmão.
Para o general Mourão, trata-se de “uma questão humanitária. A gente perder um irmão é sempre uma coisa triste. Eu já perdi o meu e sei como é. Se a Justiça considerar que está ok, não tem problema nenhum”, disse.