22 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Trump prometeu, mas França lembra que Brasil não pode entrar na Otan

Desde 2010, apenas países europeus Organização do Tratado do Atlântico Norte

Apenas países europeus podem ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como novos aliados, afirmou uma porta-voz da Chancelaria francesa sobre a organização transatlântica, depois da declaração do presidente americano, Donald Trump, evocando ontem uma eventual adesão do Brasil.

“A Otan é uma aliança de nações vinculadas por uma cláusula de defesa coletiva, cujo campo de aplicação geográfica se define claramente no Tratado de Washington de 4 de abril de 1949”. Chancelaria francesa.

Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, Trump manifestou sua intenção de “designar o Brasil como um aliado preferencial fora da Otan, (…) talvez um membro da Otan”. Hoje, o Tratado do Atlântico Norte de 1949, que rege o funcionamento da Aliança, permite em seu Artigo 10 a filiação “de qualquer outro Estado europeu” em condições de “contribuir para a segurança na região”.

Na mesma viagem, o governo Bolsonaro anunciou que vai começar a abrir mão do status de país em desenvolvimento na Organização Mundial do Comércio (OMC). O ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, disse que o status de país em desenvolvimento na OMC, que dá direito a um tratamento especial e diferenciado nas negociações dentro do organismo, não tem ajudado o Brasil.

Otan

A Otan nasceu em 1949, quatro anos depois do final da Segunda Guerra Mundial que devastou o continente europeu, com o objetivo de favorecer “o bem-estar e a estabilidade” na região. Dos 12 países fundadores, entre eles Canadá e Estados Unidos, a Otan passou para 29 membros em 2017, com a entrada de Montenegro em virtude do Artigo 10.

Embora sua missão nas principais décadas tenha sido conter a influência da URSS, desde sua desintegração em 1991, a Aliança Atlântica decidiu ir além de sua região imediata e colaborar com outros sócios – uma visão confirmada em sua cúpula de Lisboa em 2010.

A Colômbia se tornou “sócio global” oficialmente em maio de 2017, somando-se a Afeganistão, Austrália, Iraque, Japão, Coreia do Sul, Mongólia, Nova Zelândia e Paquistão, também nessa categoria.