Durante três anos, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fez 16 mil entrevistas com 500 pesquisadores para desenvolver o 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira.
Este, um censo do consumo de substâncias lícitas e ilícitas no Brasil, custou R$ 7 milhões, pagos pelo governo. Mas acabou sendo engavetado pelo mesmo, já que a Fiocruz foi impedida de divulga-lo. O estudo teria sido engavetado porque não confirma a existência de uma epidemia de drogas no país, e vai de encontro com o achismo do ministro da Cidadania, Osmar Terra.
Achismo esse que levou o ministro a autorizar e assinar esta antiquada campanha anti-drogas do governo:
A peça ataca o receio do governo com a maconha, tida como porta de entrada para outras drogas. Esta linha de pensamento reforça ainda o “diga não”, semelhante à falha campanha “just say NO” do governo Ronald Reagan, nos anos 80, que atacou de forma errada a problemática.
Hoje, os Estados Unidos podem arrecadar US$ 132 bilhões em impostos e 1 milhão de empregos com a maconha, já liberada em diversos estados.
Embora a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), órgão ligado ao Ministério da Justiça, alegue que a pesquisa não era divulgada porque a Fiocruz não teria cumprido exigências do edital, o próprio Osmar Terra parece confirmar o que suspeitam os especialistas ao atacar a instituição e alegar que a pesquisa não comprova o que se vê “nas ruas”:
“Eu não confio nas pesquisas da Fiocruz. Se tu falares para as mães desses meninos drogados pelo Brasil que a Fiocruz diz que não tem uma epidemia de drogas , elas vão dar risada. É óbvio para a população que tem uma epidemia de drogas nas ruas. Eu andei nas ruas de Copacabana, e estavam vazias. Se isso não é uma epidemia de violência que tem a ver com as drogas, eu não entendo mais nada. Temos que nos basear em evidências”. Osmar Terra, ministro da Cidadania.
Seria melhor se basear em estudos.