20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

“Votem”: Campanhas presidenciais focam no combate a abstenção eleitoral

Eleitores voltam as urnas em 30 de outubro para escolher entre Lula e Bolsonaro, sendo que mais da metade também votam para governos estaduais

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Adoção de transporte público gratuito até o adiamento de feriados. Estas são algumas das medidas no segundo turno das eleições presidenciais adotadas pelas campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Jair Bolsonaro (PL) contra a abstenção de eleitores nas urnas.

A disputa está apertada com o Datafolha apontando um empate técnico na margem de erro entre Lula (52%) e Bolsonaro (48%). Assim, cada voto conta e as campanhas se debruçam para mobilizar o eleitorado e evitar um crescimento da abstenção entre os seus redutos eleitorais.

Historicamente, o número de ausentes cresce no segundo turno das eleições presidenciais em comparação com o primeiro. Em 2018, por exemplo, a taxa de abstenção foi de 20,33% para 21,20% entre a primeira e a segunda rodada do pleito.

Neste ano, a abstenção registrada no primeiro turno foi de 20,9% —a mais alta em eleições gerais desde 1998, embora próxima à de 2018.

Influi no crescimento da abstenção a menor mobilização em âmbito local, já que no segundo turno os deputados federais, estaduais e senadores já estão eleitos.

Neste ano, 12 estados, incluindo Alagoas, terão segundo turno nas eleições para governadores, o que deve mobilizar 53,2% dos 156 milhões de eleitores aptos a votar no país.

Governo e oposição

Integrantes do governo e da campanha esperam que seus aliados nos estados encontrem uma forma de adiar o ponto facultativo, tanto a nível nacional como estadual e municipal. O tema tem sido discutido com prefeitos e governadores que apoiam Bolsonaro.

O governo federal já disse, em nota, que não há previsão de mudança na data do servidor e que o ponto facultativo não é obrigatório.

Na maioria dos estados, o Dia do Servidor foi transferido para o dia 14 de novembro, véspera do feriado da Proclamação da República. Mas também houve antecipação ou postergação para outras datas. Em Minas, por exemplo, será em 31 de outubro, um dia depois da eleição.

A mudança do feriado foi adotada pelos governos de Alagoas, Rio de Janeiro Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Amazonas, Espírito Santo, Pernambuco, Paraíba, e Mato Grosso do Sul.

Os estados de Sergipe e de Rondônia mantiveram o feriado, e o Paraná ainda não decidiu sobre o tema. A gratuidade do transporte público urbano no dia do segundo turno também entrou no radar das campanhas de Lula e Bolsonaro.

Nesta quarta (19), o STF formou maioria para manter decisão do ministro Luís Roberto Barroso que autorizou prefeituras e empresas concessionárias a oferecer transporte público de forma gratuita para a população no segundo turno. A decisão foi em resposta a um pedido de esclarecimento da Rede Sustentabilidade, aliada a Lula.

A campanha pela garantia do transporte gratuito no dia da eleição vem sendo impulsionada por aliados de Lula, que tem maior intenção de voto entre os eleitores mais pobres e que dependem do transporte público para votar. Por outro lado, a campanha de Bolsonaro se esforçou para barrar a medida no primeiro turno, quando fez pedido de esclarecimento ao STF.