87 pessoas que trabalhavam em duas fazendas na região de Arapiraca, agreste de Alagoas, foram resgatadas pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, do ministério do Trabalho. Com jornadas de 18 horas diárias, exposição a condições insalubres, falta de acesso à água potável e banheiro, equipamentos perigosos e ausência de EPI’S (equipamentos de produção individual). Este foi o maior resgate realizado desde 2012.
Entre os trabalhadores, estavam idosos e adolescentes com idades de 11 e 17 anos. Os adolescentes resgatados faziam o mesmo trabalho de adultos, utilizando facas e outros instrumentos para raspar a casca da mandioca. O grupo ainda não define o caso como trabalho análogo à escravidão porque a ação ainda não foi concluída.
Contudo, as condições precárias e violadoras de direito foram confirmadas.
De acordo com o Ministério do Trabalho, as máquinas utilizadas para a produção apresentavam riscos graves e iminentes aos operadores e aos demais trabalhadores que ali circulavam, sem contar o calor excessivo e o pó característico da moagem e secagem da farinha a que os operários eram expostos.
Em virtude à situação encontrada na auditoria feita nos locais, as atividades foram encerradas pelo coordenador da ação, auditor-fiscal do Trabalho, André Wagner. O Grupo busca um acordo com o empregador para o pagamento dos direitos trabalhistas de todos os resgatados.
A ação contou com a participação da Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público do Trabalho e Defensoria Pública da União (DPU) e ainda não foi concluída.
Dados
Segundo o Observatório Digital do Trabalho Escravo, ferramenta construída pelo MPT e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, até 30 de novembro de 2017, última data de atualização dos dados, 43.696 trabalhadores foram resgatados no Brasil.