O advogado Bernardo Fenelon deixou a defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel do Exército, Mauro Cid. Fenelon alegou razões de fórum íntimo para deixar para trás a defesa do militar.
Mauro Cid e o pai, general Cid Lourena, são agora investigados pela Polícia Federal (PF) por corrupção, depois de flagrados na operação para vender “joias da coroa” (patrimônio da União) para transformar em dinheiro vivo a ser destinado ao clã dos Bolsonaro.
Sem advogado, até então, o tenente-coronel vê sua própria situação se agravar, considerando que terá de encontrar um novo defensor no âmbito jurídico e começar do zero sua missão para se livrar das acusações da Polícia Federal.
Com o poder da Apex nos EUA
Durante a gestão Jair Bolsonaro (PL), o general da reserva Mauro Lourena Cid ocupou um cargo na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) nos Estados Unidos. No cargo, ele recebia salário de aproximadamente R$ 63 mil.
O pai da Cid, acusado de vender as joias nos EUA, teve sua situação complicada após uma das fotos utilizada para negociar a venda de joias recebidas como presente oficial pelo governo federal revelar o rosto do general Lourena Cid no reflexo da caixa.
A investigação da PF revelou conversas datadas de 4 de janeiro deste ano, nas quais Mauro Cid pediu para que o pai tirasse foto das joias. Em seguida, ele manda as fotos de dois objetos: uma palmeira e um barco dourados.
A apuração tenta descobrir se os valores obtidos da comercialização desses objetos teriam sido convertidos em dinheiro vivo e “ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”.
A operação foi batizada como “Lucas 12:2″, em referência a versículo da Bíblia, cujo trecho diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.