Segundo dados são do Atlas da Violência, divulgado hoje pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que usa números do SIM (Sistema de Informações de Mortalidade), do Ministério da Saúde, o percentual de assassinatos com uso de arma de fogo atingiu o maior patamar já registrado no país e chegou a 72,4% dos homicídios do país em 2017.
Ao todo, 47.510 pessoas foram assassinadas por arma de fogo em 2017 –o maior número absoluto registrado na história dos dados de homicídios brasileiros. O SIM traz informações sobre letalidade desde 1980, quando a taxa de mortes violentas por arma de fogo era de apenas 43,9%.
Em comparação a 2016, a participação das armas de fogo como instrumento do crime passou de 71,1% para 72,4%. Já em números absolutos houve uma alta de 6% no total de homicídios com uso de arma de fogo. Em uma década, o número de mortes por armas de fogo saltou 26% (foram 34.147 em 2007).
Alagoas
E Alagoas é justamente é um dos estados onde mais se mata negros no Brasil, onde jovens do sexo masculino, com idades entre 15 e 29 anos, são a maioria das vítimas dos crimes de homicídio. Da mesma forma, os estados mais violentos para os negros estão localizados na região Nordeste do País.
Alagoas apresenta 67,9 a cada 100 mil habitantes negros, com uma redução de 2,6% se comparado com a pesquisa anterior. E fica atrás do Rio Grande do Norte (taxa de 87 mortos a cada 100 mil habitantes), Ceará (75,6), Pernambuco (73,2) e Sergipe (68,8). A taxa de homicídios de negros foi de 43,1 em todo País. A taxa de não negros (brancos, amarelos e indígenas) foi de 16.
Entre os jovens homem entre 15 e 29 anos, a pesquisa revela que Alagoas teve 53,7 mortes a cada 100 mil habitantes em 2018, o que significa um total de 1.813 homicídios. Nos dois cenários, Alagoas têm a quarta maior taxa de homicídios em relação aos demais do ranking.
No Brasil, o índice geral é de 31,6. Em relação aos demais estados brasileiros, o estado ficou em 7º lugar. Alagoas só fica atrás do Rio Grande do Norte (87), Ceará (75,6), Pernambuco (73,2) e Sergipe (68,8). Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídios foram indivíduos negros (a soma de pretos e pardos, segundo a classificação do IBGE, utilizada também pelo sistema do Ministério da Saúde).
1 milhão desde 1980
Segundo o documento, o Brasil já soma 955 mil assassinatos com o uso de armas de fogo entre 1980 e 2017. O documento diz ainda que o número seria ainda maior sem o Estatuto do Desarmamento, sancionado em 2003. Graças a ele, diz, o percentual de letalidade armada parou de crescer.
“No começo dos anos 1980, para cada 100 pessoas assassinadas, cerca de 40 eram vítimas de armas de fogo. A partir de 2003 esse índice estacionou em 71%. Enquanto nos 14 anos após o estatuto, entre 2003 e 2017, o crescimento médio anual da taxa de homicídios por arma de fogo no país foi de 0,85%. Nos 14 anos antes do estatuto, a taxa média anual havia sido de 5,44%, ou mais de seis vezes maior”. Documento do Ipea.