O projeto de lei ordinária nº 383/2020, de autoria do deputado Bruno Toledo (PROS), que considera patrimônio cultural imaterial do Estado de Alagoas o aperitivo gastronômico popular Caldinho do Vieira, foi apreciado nesta terça (20) na ALE. A proposição foi discutida em 2º turno e está apta para segunda votação em plenário.
Na justificativa apresentada, Bruno Toledo informa que o “caldinho” foi criado pelo senhor José Vieira dos Anjos, e que a iguaria gastronômica tem notório valor tradicional para os moradores do bairro do Farol, em Maceió.
Segue relatando que José Vieira veio de Pão de Açúcar para tentar a vida em Maceió, foi vendedor, taxista e no ano de 1972 abriu uma pequena mercearia com poucos itens de variedade. Passado o tempo, foi diversificando seus produtos, para fins de degustação pôs a cachaça e o caldinho, denominados como o famoso “Ele e Ela”, os quais ocuparam o protagonismo do estabelecimento que, em 1974, veio a tomar-se o Bar Caldinho do Vieira.
Em 1989 o estabelecimento passou por uma reforma, passando a comportar cerca de 35 mesas. Sempre lotado em todos os horários, fixou-se como ícone da culinária maceioense. Tema central de diversas matérias jornalísticas, há mais de 47 anos o senhor José Vieira servia em seu bar cerca de 500 litros diários do saboroso caldinho, cuja receita, herdada de sua irmã, permanece em misterioso segredo.
Infelizmente, dado o sinistro ocorrido no bairro do Pinheiro causado pela atividade de mineração na região, o Bar Caldinho do Vieira foi obrigado a fechar suas portas, dado o risco do afundamento da região em que o estabelecimento se localiza. Desta forma, para fins de contribuição ao acervo de patrimônio cultural alagoano, merece reconhecimento público por ter se tomado uma referência da culinária.