Preparado para fazer barulho e engajamento nas redes sociais, o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) questionou o ministro da Justiça, Flávio Dino, sobre a visita à favela da Maré, na semana passada, se recomendaria policiais fazerem a mesma incursão e se ele teria a “macheza” que teve ao prender idosos após 8 de janeiro para resolver na bala problemas do tráfico.
Barulho e engajamento ele conseguiu. Nas redes sociais e comunidades do Whatsapp, é comum vídeos com legendas em que o deputado alagoano é tido como alguém que “encurralou” ou “humilhou” o ministro da Justiça do Governo Lula. Mas pouco se viu das respostas:
Prontamente, Dino afirmou que ao contrário de Gaspar, não estava interessado na macheza de outros homens.
O ministro da Justiça reforçou ainda que é preciso observar o preconceito de certas pessoas para com moradores de favela e que lá há muita gente honesta, afirmando ser “esdrúxulo” criminalizar não só sua visita, mas as pessoas que moram na região,
“É um preconceito achar que todos fossem criminosos e não são, é um preconceito”, completou o ministro, afirmando que a visita não foi um favor, mas sim um dever, lembrando que em campanha todos os candidatos visitam favelas, para depois esquecer aquela população.
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Claro, negou ainda ter sido chamado ao Complexo da Maré por organização criminosa: “É esdruxulo imaginar que me encontrei com o Comando Vermelho e avisei à polícia”.
“Criminalizar os mais pobres é estimular a violência contra eles, a violência, a morte, o tiroteio. Não me parece adequado a agentes públicos”.
Finalmente, Dino disse que, apesar de ministro da Justiça, não ser “justiceiro” e que não resolverá tudo na bala. Ao mesmo tempo que não tem tempo de ninguém.
Para quem viu apenas o vídeo de Gaspar com as perguntas, pode até achar que ele “mitou”. Mas sem ver as resposta, vai passar desapercebido de que ele, na verdade, passou foi é vergonha.