20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Apesar do preconceito, o Nordeste é nota 1000 no Enem. Ex-aluno da Ufal é um dos nomes

Luís Felipe Alves Paiva de Brito está radicado em Alagoas desde 2010

Luís Felipe, de Maceió: Nota 1000 no Enem

ENEM acaba de divulgar a lista dos aprovados em 2022, e mais uma vez nordestinos e nordestinas figuram na dianteira do desempenho, pontuando as mais elevadas notas em Redação e Matemática. 

São de Alagoas, Pernambuco, da Bahia, do Rio Grande do Norte  Ceará os alunos nota 1000 (mil). Eles ressaltam, sem dúvidas, a grandeza da região nordestina, vitima do preconceito e da perseguição desqualificada das elites, notadamente de regiões mais abastadas.

O estudante nota mil radicado em Alagoas, desde 2010, é  Luís Felipe Alves Paiva de Brito, ex-estudante da Ufal,  que refez o exame pra tentar entrar no curso de medicina.

Não é de agora que o Nordeste sempre faz bonito no Enem e em olimpíadas de conhecimento pelo afora. É mais uma resposta real contra gente baixa, desqualificada, arrogante e nociva, de várias outras partes do país, acostumada a vomitar o preconceito tradicional contra os nordestinos.

Imagine só

Esta semana mesmo, reforçando o discurso de ódio difundido por antiga autoridade acerca do resultado das eleições de primeiro turno na região, que seria consequência da “ignorância dos nordestinos”, “que os nordestinos votam assim porque são analfabetos”, um sujeito que os gaúchos elegeram seu representante na Câmara Federal, de nome Maurício Marcon, difundiu uma transmissão que ele fez ao vivo no instagram, comparando a Bahia ao Haiti, afirmando que “ali é uma pobreza só, tudo sujo, nojento.”

No mesmo dia em que disferiu tal agressão aos nordestinos da Bahia, o tal deputado gaúcho fechou os olhos para uma notícia desalentadora e humilhante, revelada pelo relatório Missão Yanomami relativamente à situação de bebês yanomamis que morrem antes de completar um ano de idade.

O número de crianças mortas em 2020 alcançou 114,3 a cada mil nascidos, uma taxa superior à registrada em Serra Leoa, na África, que tem 78,2 mortes por mil nascidos, segundo ranking da ONU.