Numa era em que uma boa equipe de marketing, subordinada a gente interesseira e mesquinha, faz mais ídolos de futebol do que a técnica, a raça e a dedicação, os grandes jogadores do passado continuam sambando na cara da geração caça-likes.
O mais recente deles é René Higuita, folclórico goleiro colombiano, que fazia a alegria de ambas as torcidas onde se apresentasse, por sua aparência e maneira de jogar, digamos, extravagantes.
Durante sua carreira, encerrada em 2010, quando tinha 43 anos, o famoso goleiro se destacou pela formidável marca de 52 gols marcados. E pela histórica “defesa de escorpião”, contra a seleção inglesa, em Wembley.
Eu acrescentaria mais um gol na trajetória de Higuita, marcado recentemente. O adversário: a homofobia.
Ele saiu em defesa de dois torcedores do Atlético Nacional que, no último domingo, foram flagrados se beijando no estádio Atanásio Giradot, antes da partida contra o Independiente Santa Fe.
“Qual é o problema da cena? Deixem os garotos serem felizes. Não estão fazendo mal a ninguém. O Atlético Nacional é amor, paixão, alegria e família”, postou o lendário goleiro, em seu Twitter.
O texto foi uma resposta aos ataques sofridos pelos rapazes que cometeram o “crime” de demonstrar afeto em público.
São tempos bicudos, em que o ódio, a hipocrisia e o moralismo barato estão vencendo.
Que, um dia, as coisas mudem e o jogo contra as trevas seja virado.