Segundo mensagens de Whatsapp, investigadas pela Polícia Federal por incentivar atos golpistas, foi descoberto que a cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) teria agido para proteger de investigação o dono da construtora Tecnisa, Meyer Nigri,. O pedido foi feito por ele mesmo simplesmente para o chefe do órgão: Augusto Aras.
Vale lembrar que o i ndicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o indal PGR era apelidado de “engavetador” por ignorar ações que acusavam seu chefe Bolsonaro por crimes de improbidade administrativa – ou maior que isso.
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E pelos diálogos interceptados pela Polícia Federal, Nigri também tentou se aproveitar do engavetamento. Um dos empresários mais próximos do então presidente Jair Bolsonaro, ele acionou Aras quando tomou conhecimento de que poderia ser alvo de uma investigação pela disseminação de mensagens de teor golpista.
O pedido de investigação partiu do senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), com base em reportagem do site “Metrópoles” e Aras lhe disse que iria localizar o processo antes de se manifestar. Mas antecipou seu juízo ao empresário: “Se trata de mais um abuso do fulano”.
Meyer Nigri (18/08/2022 – 07:14:20): Bom dia
Meyer Nigri (18/08/2022 – 07:14:33): Pode falar?
Meyer Nigri (18/08/2022 – 07:20:53): “Exclusivo: Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado caso Lula seja eleito; veja zaps” (encaminha link de reportagem)
Meyer Nigri (18/08/2022 – 07:20:53): “Randolfe pede ao STF que PGR avalie prisão de empresários que defenderam golpe” (encaminha link de reportagem)
Meyer Nigri (18/08/2022 – 08:11:23): Que achou?
Augusto Aras (18/08/2022 – 08:12:14): Vou localizar o expediente, pois se trata de mais um abuso do fulano
Meyer Nigri (18/08/2022 – 08:12:23): Concordo
A defesa de Meyer Nigri negou que ele tenha solicitado interferência no pedido de inquérito e disse apenas que o empresário apenas “perguntou a opinião” de Aras sobre a investigação que iria tramitar na PGR.
Mesmo assim, três semanas depois desse diálogo a PGR pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o trancamento da investigação aberta contra Nigri e outros empresários, além da anulação de uma operação de busca e apreensão já deflagrada pela Polícia Federal por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Aras ainda não se manifestou sobre a denúncia.
