7 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Auxílio Brasil inicia pagamentos hoje, excluindo mais de 2,5 milhões de famílias

Governo, no entanto, promete ampliar programa que substituiu o Bolsa Família

A Caixa Econômica Federal paga nesta sexta-feira (10) o Auxílio Brasil para beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) final 1.

Medida provisória publicada em edição extra do Diário Oficial da União, no último dia 7, antecipou o pagamento do novo valor do Auxílio Brasil. O instrumento criou um benefício extraordinário que complementa as parcelas já previstas do Auxílio Brasil para o valor de R$ 400. Ou seja, cada família receberá, no mínimo, R$ 400.

Segundo o Ministério da Cidadania, do total de 14,5 milhões de famílias atendidas em novembro pelo novo programa social do governo federal, 13 milhões recebiam menos de R$ 400. Em novembro, o valor médio do Auxílio Brasil foi R$ 224,41.

Calendário

As datas de pagamento seguem o modelo do antigo Bolsa Família, que pagava os beneficiários nos dez últimos dias úteis do mês. Em dezembro, em função do feriado de Natal, os pagamentos vão até 23, com a antecipação do calendário regular em uma semana.

NIS final 1 10 de dezembro
NIS final 2 13 de dezembro
NIS final 3 14 de dezembro
NIS final 4 15 de dezembro
NIS final 5 16 de dezembro
NIS final 6 17 de dezembro
NIS final 7 20 de dezembro
NIS final 8 21 de dezembro
NIS final 9 22 de dezembro
NIS final 0 23 de dezembro

O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas em dois aplicativos: Auxílio Brasil, desenvolvido para o programa social, e o aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

Excluídos

Mais de 2,5 milhões ficam de fora para receber o beneficio O número de brasileiros auxiliados pelo governo Bolsonaro para sobreviver à crise agravada com a pandemia vem decrescendo desde o ano passado, quando foi lançado o auxílio emergencial.

Em 2020, o pagamento chegou a 68,2 milhões de pessoas no país. Em 2021, o universo foi reduzido, e o benefício foi pago a 39,3 milhões de cidadãos — uma queda de 42,37%. Agora, são 14,6 milhões de beneficiários do Auxílio Brasil.

No Rio de Janeiro, de 3,51 milhões de pessoas que recebiam o auxílio emergencial no início de 2020, somente 967 mil farão jus ao novo programa. Isso significa que 2,5 milhões de cidadãos fluminenses ficarão desassistidos.

Um balanço feito pela Rede Brasileira de Renda Básica (RBRB) mostra que, entre os estados que tiveram mais famílias excluídas, estão: São Paulo (5.609.066), Rio de Janeiro (2.549.546) e Minas Gerais (2.449.403).

Em todo o país, cerca de 29 milhões de pessoas estarão fora do novo programa. De acordo com a Rede Brasileira, mais de 24 milhões de brasileiros que tinham auxílio emergencial foram automaticamente excluídos do Auxílio Brasil.

Há ainda 5,3 milhões que estão inscritos no CadÚnico (cadastro de programas sociais do governo federal), que, mesmo sendo elegíveis ao pagamento, não foram contemplados.

Alagoas

Segundo o deputado federal Paulão (PT-AL), a questão é que dos 40 milhões de beneficiários do programa social, o número caiu para 14 milhões com o “Auxílio Emergencial”.

“Portanto, é  desumano, pois mais de 24,8 milhões de pessoas já estão sem nenhuma renda e isso vai engrossar ainda mais o cordão dos que estão na fila do osso pelo País”, disse o deputado, destacando que o Estado de Alagoas será um dos maiores prejudicados pelo governo.

Paulão destacou que por birra política e incompetência, o governo Bolsonaro decretou o fim do Bolsa Família, sem ter para o lugar um programa estruturado, com normas legais, contribuindo desta forma para aumentar a população de maior vulnerabilidade no País.

De acordo com os dados revelados pelo parlamentar, em Alagoas mais de 305 mil famílias estarão prejudicadas pelas mudanças instituídas pelo governo Bolsonaro, pois estas ficarão sem o Bolsa Família e sem o auxílio emergencial.