30 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsolão do MEC: Bolsonaro diz não ter “nada de mais” e vai manter ministro

Para Jair, Ribeiro foi “criminalizado” pela imprensa, que é preconceituosa com evangélicos

O presidente Jair Bolsonaro recusou que Milton Ribeiro colocasse seu cargo à disposição e resolveu manter seu ministro da Educação. Apesar do escândalo do Bolsolão.

Mesmo tendo sido flagrado em áudio prometendo prioridade para pastores (e com isso fazendo estes religiosos negociando barras de ouro, vendas de bíblia e construções de templos), Ribeiro foi “criminalizado” pela imprensa. Claro, na interpretação do presidente.

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Para Jair, a imprensa é preconceituosa com evangélicos e não deveria achar “anormal” o lobby dos pastores para a liberação de verbas do MEC. E disse que não vê nada de mais no que Ribeiro foi flagrado fazendo.

Isso segundo o próprio Ribeiro, em entrevista hoje à CNN Brasil.

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E assim como não é o primeiro caso de corrupção no governo Bolsonaro, não é a primeira vez que Jair segura no cargo um ministro que está sangrando.

Marcelo Álvaro Antônio durou quase dois anos no cargo, apesar do escândalo das candidatas laranja do PSL (partido de Jair na época) de Minas Gerais. Ricardo Salles, o que passava a boiada e tinha conluio com madeireiros apesar de ser Ministério do Meio Ambiente, foi outro que perdurou.

Ou seja, de nada importa que Milton Ribeiro seja alvo de novo escândalo, dessa vez em ano eleitoral. Mesmo com a quantidade de prefeitos que sustentam ter recebido pedidos de propina em troca dos serviços pastorais do MEC.

O problema, na verdade, não é Bolsonaro continua tentando esconder a corrupção em seu entorno: é que ainda tem milhões de cabeças de gado ainda acreditando nisso.