19 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Bolsonaro anuncia R$ 20 bilhões para vacinas e imunizados precisarão de termo de responsabilidade

Durante anúncio, presidente falou besteira ao dizer que “quem está bem fisicamente, não tem que ter muita preocupação”

O presidente Jair Bolsonaro confirmou na noite desta segunda (14) a liberação de R$ 20 bilhões para vacinas. Ele também disse que as pessoas terão que assinar termo de responsabilidade para tomar o imunizante contra a covid-19.

“Devo assinar nesta terça-feira a Medida Provisória de R$ 20 bilhões para comprar vacinas. Detalhe, vocês vão ter que assinar um termo de responsabilidade. A Pfizer, por exemplo, é bem clara no contrato: ‘nós não nos responsabilizamos por efeitos colaterais’. Tem gente que quer tomar, então tome. A responsabilidade é sua. Quer tomar, toma”. Jair Bolsonaro, presidente.

O presidente foi além, e resolveu mandar mais uma daquelas citações que apenas seus seguidores mais fieis conseguem dar risada. Claro, com um pouco de desinformação:

“Para quem está bem fisicamente, não tem que ter muita preocupação. A nossa preocupação é com o idoso, com quem tem doença, com o pessoal que é gordinho”. Jair Bolsonaro.

No entanto, qualquer vacina precisa de uma cobertura mínima para fazer efeito. Um estudo publicado em agosto indica que, se um imunizante contra o coronavírus tiver eficácia de 80%, ele precisa ser aplicado em pelo menos 75% da população para acabar com a pandemia.

Se essa adesão mínima não for atingida, o vírus continua circulando, infectando pessoas, deixando sequelas e, em alguns casos, causando mortes. Curiosamente, por não atingir a chamada imunidade de rebanho.

Sem cronograma

Apesar do anúncio do dinheiro, ainda não se sabe como será a logística da vacinação. Mesmo com o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, determinando que o Ministério da Saúde informe a data de início e término do plano de vacinação contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro e auxiliares afirmam que o cronograma depende do aval da Anvisa.

Embora já tenha recebido aval para uso emergencial em outros países, a Pfizer, por exemplo, que mantém uma negociação para entregar 70 milhões de doses ao Brasil, prevê apenas 2 milhões para o primeiro trimestre de 2021, segundo plano preliminar divulgado pelo governo.