O ex- presidente Jair Bolsonaro (PL) depõe nesta quarta-feira, 5, na Polícia Federal sobre as joias milionárias do Estado brasileiro que ele se apossou e levou para casa como se fossem suas.
As joias foram presentes da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes para o Tesouro Nacional, mas, enquanto presidente, Bolsonaro incorporou ao patrimônio pessoal, tendo inclusive escondido pacotes em um bunker numa fazenda do ex-piloto Nelson Piquet.
Propina – Há entendimentos no meio político de que as joias árabes tinham sido enviadas como presentes em forma de propina, por que o governo Bolsonaro vendeu uma refinaria de petróleo da Petrobras aos árabes com valor muito abaixo do preço de mercado.
Depois de denunciado pelo escândalo, conhecido como o roubo das joias, Bolsonaro tratou de devolvê-las, recentemente. Um dos pacotes apreendido pela Receita Federal, que ele tentou carregar dois dias antes de deixar o governo é avaliado em mais de R$ 16,5 milhões.
Curiosamente, o último pacote, que estava escondido na fazenda de Piquet foi devolvido exatamente na véspera do depoimento à Polícia Federal
Além de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, também vai depor à Polícia Federal sobre sobre as joias que entraram ilegalmente no Brasil, o que configurou um contrabando.
O caso tornou-se mais escandaloso, quando a Receita Federal, durante uma inspeção de rotina no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, apreendeu itens de luxo com uma comissão chefiada pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em 2021.
Coube ao coronel Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro enquanto estava na presidência, conduzir toda a movimentação para retirar as joias apreendidas e entregar ao presidente.
Hoje há a expectativa de que o coronel diga na PF que foi o próprio Bolsonaro presidente que ordenou que fossem tomadas medidas para reaver o estojo com as joias, presentes do governo da Arábia Saudita.