26 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Bolsonaro prepara PEC para reduzir salários dos servidores públicos

Proposta trabalhada no Ministério da Economia também prevê “facada” no Sistema S

O governo Jair Bolsonaro prepara um projeto no Palácio do Planalto para reduzir os salários dos servidores públicos em geral, cada vez que União, Estados e Municípios atingirem o limite de gastos.

A informação palaciana surgiu ao mesmo tempo em que o governo anunciou o Orçamento do ano que vem, bem como as alternativas que busca para para viabilizar o Orçamento de 2021, preocupado com o estouro do teto dos gastos, cada vez mais pressionado pelo crescimento das despesas obrigatórias.

De acordo com as informações, técnicos da equipe econômica  estão analisando um conjunto de medidas a fim de abrir margem nas contas públicas.

Para equipe do Ministro da Economia, Paulo Guedes, uma das principais propostas desse conjunto está certa. Trata-se de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) ao Congresso que prevê um gatilho para permitir a redução da jornada e o salário dos servidores.

Será uma alternativa jurídica, uma vez que o julgamento sobre o tema no Supremo Tribunal Federal (STF) foi suspenso , mas a maioria dos ministros considerou a medida, prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) em caso de excesso de gasto com pessoal, inconstitucional.

Mudança no Sistema S

Também está em estudo repassar para o Sistema S algumas empresas como a Embratur — que passaria a ser vinculada à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) —, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que seria vinculado à Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e a Embrapa.

A medida, porém, está em linha com a estratégia já anunciada publicamente por Guedes de “dar uma facada” no Sistema S .

As empresas que compõem o Sistema S (Sesi, Senai, Sesc, Sebrae e suas confederações) têm gestão privada, seus recursos são contribuições das empresas sobre a folha de pagamento e não passam pelo Orçamento da União. Para a equipe econômica, por ser um tipo de imposto “pago pela sociedade”, esse dinheiro deve ser considerado como de caráter público.

No ano passado, o sistema recebeu R$ 17 bilhões. As alíquotas variam entre 0,2% e 2,5%, dependendo do setor (indústria, comércio, agricultura, transporte, micro e e pequenas empresas).