19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro quer comitiva para visitar Putin

Sem espaço no cenário internacional e com Brasil barrado no G7, presidente tense se unir com seus pares ideológicos

O presidente Jair Bolsonaro, durante visita do chanceler turco Mevlüt Çavusoglu, semana passada no Palácio do Planalto, sugeriu a criação de uma espécie de comitiva de presidentes para visitar Vladimir Putin, em Moscou.

Descrita como uma proposta “megalomaníaca” por uma parcela de diplomatas dentro do Itamaraty, a percepção é de que o momento não é de “show”, e sim de negociações de bastidores.

Apesar disso, em entrevista aos jornalistas após o encontro com o presidente brasileiro, o ministro disse que Bolsonaro elogiou o papel de Ancara na tentativa de mediação entre russos e ucranianos.

É o governo turco o organizador das conversas de negociação, na esperança de que um cessar-fogo possa ser atingido. Mas o turco saiu de Brasília com uma nova proposta.

“O presidente brasileiro Bolsonaro disse que está pronto para organizar uma visita conjunta a Moscou com alguns líderes importantes do país se o presidente Erdogan também concordar e contribuir com seus esforços. Dissemos que faríamos um estudo e retornaríamos a eles”.

Isolado

Bolsonaro, em fevereiro, foi ao Kremlin depois de ter as portas fechadas a ele nos Estados Unidos e na Europa. Na tentativa de mostrar ao seu eleitorado que também é recebido por líderes estrangeiros, o presidente acabou optando por Moscou. A viagem foi vista com preocupação por parte das potências ocidentais.

Mais recentemente, o Brasil tem evitado condenar Putin nos organismos internacionais, defendeu que a Rússia não seja suspensa do G20 e votou em abstenção em várias resoluções na ONU contra Moscou.

E hoje, o governo da Alemanha anunciou que vai convidar quatro países em desenvolvimento para a Cúpula do G7, que irá ocorrer em junho. Mas, assim como ocorreu em 2021 e em 2019, o Brasil ficou de fora.