O presidente Jair Bolsonaro diz que o HIV não foi combatido quando surgiu porque atingia pessoas com “comportamentos sexuais diferenciados” e usuários de drogas, que na África “não existe nada” e que há uma conspiração global contra o que ele chama de tratamento imediato da Covid pic.twitter.com/yhwxxHJwpL
— Samuel Pancher (@SamPancher) April 7, 2021
O presidente Jair Bolsonaro fez uma analogia surtada, nesta quarta (7), comparando a Covid-19 com o HIV, para defender mais uma vez o uso do tratamento precoce na atual pandemia.
Defensor da hidroxicloroquina e a ivermectina, remédios sem comprovação científica e que na verdade vem afetando rins e fígado de pessoas que ouvem o presidente, ele comparou os métodos usados nos anos 80 contra a Aids e a situação que o país enfrenta com esta pandemia.
“Eu acredito na ciência, mas a ciência por vezes demora. Naquela época, o que foi usado para combater o HIV? O coquetel do AZT. Era comprovado cientificamente? Não. Se não tivesse usado, não chegaríamos no futuro ao coquetel”. Jair Bolsonaro, presidente.
Ele também chegou a se referir como ‘classe específica que tinha um comportamento sexual diferenciado’, relacionando a doença às pessoas homossexuais.
Ao citar hidroxicloroquina e ivermectina, o presidente reforçou que é de autonomia do profissional da saúde receitar ou não os medicamentos sem comprovações científicas.
“Se o paciente está com a doença e não tem o remédio específico comprovado cientificamente, tem que buscar uma alternativa. Não sei como salvar vidas, não sou médico, não sou enfermeiro, mas tem que buscar uma alternativa para isso”. Jair Bolsonaro.
Os impropérios foram ditos em evento que reuniu Jair Bolsonaroe autoridades catarinenses em Chapecó nesta quarta-feira (7). Em um discurso de quase 50 minutos.
Na oportunidade, ele ainda falou da necessidade de combater corrupção, ao mesmo tempo em que elogiou um condenado e preso pela PF por dispensa irregular de licitação.
O presidente Jair Bolsonaro diz que é obrigação de um governo não ter corrupção. Em seguida, elogia João Rodrigues, condenado em 2ª instância e preso pela PF por dispensa irregular de licitação. João se livrou da condenação após o STJ considerar que o crime havia prescrito. pic.twitter.com/BNbWnHQlLp
— Samuel Pancher (@SamPancher) April 7, 2021