2 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
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Censura em ‘tempos estranhos’ só tende a piorar, excelência

Nesses tempos além de veículos de comunicação censurado, houve prisão de blogueiro com direito a aplausos

“Tempos estranhos”. Diz o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, ao condenar a censura imposta pelo ministro Alexandre de Moraes à revista Crusoé e ao site O Antagonista.

É verdade, com o devido reforço redundante, verdadeira. E os tempos estão estranhos já há algum tempo. Mas, tendem a piorar pelo caos absoluto que tomou conta das instituições.

Os três poderes não são exemplo para absolutamente nada. Neles não há divindade ou santidade que o valha.

 

O Brasil está partido e as instituições que deveriam atuar seguindo os lastros da legalidade e até com certo altruísmo, fazem, no entanto, pouquíssimo caso dos direitos da cidadania.

Praticamente se associam à histeria coletiva de quem tem por gosto intrínseco ferir, humilhar, tripudiar e até violentar os seus semelhantes sem nenhum pudor, em nome de um sentimento tosco ou da hipocrisia peculiar.

Assim caminham as instituições. Partidárias e associadas às bizarrices do que há de pior em meio ao nosso tecido social.

No Brasil partido, há bem pouco tempo um famoso juiz mandou a Polícia Federal conduzir coercitivamente um blogueiro por que ele havia revelado ações da Operação Lava Jato.

Para ser mais claro: O jornalista e blogueiro Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania) foi levado coercitivamente para prestar depoimento na sede da PF em São Paulo, em março de 2017. O crime dele: fez críticas ao governador Geraldo Alckmin, ao presidente Michel Temer e à Operação Lava Jato. O juiz de plantão não gostou.

Achou pouco a censura e prendeu. Naquele momento houve aplausos. Agora, com Moraes e Toffoli, também.

Os tempos estão estranhos demais da conta, excelência do STF.

Não é de hoje que a Constituição Federal vem sendo espezinhada por quem deveria protegê-la. Desrespeitada cotidianamente pelas autoridades que deveriam respeitá-la. Tudo isso ao sabor do eu posso mais. Ou até mesmo da chacota peculiar dos “bravos” exércitos de militantes nas redes sociais.

Enfim, os tempos estão estranhos e só tendem a piorar com esse tipo de gente. Seja o guarda da esquina ou quem está muito além dele.

Pra fim de conversa: Censura nunca, jamais, em tempo algum e lugar nenhum.