A possibilidade de recriação do Ministério da Segurança Pública pode ser mais um lance no embate quase sempre silencioso entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro Sergio Moro.
Hoje, segundo as pesquisas de opinião, Moro tem uma popularidade maior que o chefe do Planalto e por isso mesmo a razão do ciúme, que tem gerado expectativas diversas no entorno do governo. Bolsonaro teme que Moro seja candidato a presidente em 2022.
Ao confirmar a possibilidade de recriação da pasta da Segurança Pública, o presidente mira diretamente no plano de redução de poder do ministro.
A ideia é voltar a ser o que era nos governos Lula e Dilma, quando o Ministério da Segurança Pública era independente do Ministério da Justiça. Aos jornalistas, Bolsonaro disse que se o ministério for recriado, Moro continuará Ministro da Justiça, mas sem interferência na segurança
A mudança que está sendo estudada no Planalto tem o apoio do Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na véspera, Maia disse que o fim do Ministério da Segurança Pública pelo governo Bolsonaro “foi um erro” e defendeu que sua recriação seria “uma sinalização de priorização do tema”.
Uma fonte ligada a Moro disse que esse debate é visto com espanto pela atual equipe do ministério, porque tem ocorrido à revelia da pasta. Para a assessoria do ministro da Justiça, em tudo isso há um componente político com o objetivo de enfraquecer Moro.