20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Comissão da Câmara acompanhará investigação da morte de Silvânio Barbosa

Assassino alegou que estava sob efeito de drogas e esfaqueou o vereador quase 30 vezes, com uma faca que levava consigo, pois Barbosa insistia em ter uma relação

A Câmara Municipal de Maceió criará uma comissão para acompanhar de perto os desdobramentos do assassinato do vereador Silvânio Barbosa (MDB), cometido pelo réu confesso Henrique Matheus da Silva, de 18 anos. O crime aconteceu no apartamento da vítima, em setembro deste ano.

A decisão saiu na sessão ordinária desta quinta-feira (29), após entrevistas dada por Henrique, que espera pelo julgamento no presídio do Agreste.

Matheus alegou que estava sob efeito de drogas, usando cocaína há dias, e que usou uma faca que levava na mochila para cometer o crime. Foram 26 golpes de faca após, segundo ele, Barbosa insistir em ter um relacionamento e alisá-lo.

O pronunciamento mais contundente pronunciamento veio da vice-presidente da Casa, a vereadora Silvania Barbosa (PRTB), que era a mais próxima dele na Câmara.

Ela classificou o assassino de cruel e frio. E disse que o crime foi premeditado, com caráter homofóbico. E para ela, a entrevista foi uma tentativa clara do réu e de sua defesa de transformarem a vítima, Silvânio Barbosa, em culpado.

“Ele chegou a dizer que matou o meu amigo Silvânio Barbosa porque ele queria fazer sexo e o criminoso não quis, tentando arrumar um álibi ou algo do tipo para afirmar que agiu em legítima defesa, e não há que se falar nisso porque Silvânio foi atingido até na sola dos pés, tamanho ódio que com ele foi morto. É um crime homofóbico e premeditado”, disse ela bastante emocionada.

“Uso a Tribuna desta Casa para pedir aos meus colegas que criemos uma comissão para acompanhar de perto e cobrar as autoridades para que a justiça seja feita. Silvânio era meu amigo e nunca vou me esquecer dele”, encerrou Silvania Barbosa.

Kelmann Vieira endossou as palavras da vice-presidente da Casa e afirmou que se manteve em silêncio público sobre o caso por conta do período eleitoral.

“Optei por não me pronunciar para que não fosse interpretado como alguma tentativa de usar o assassinato bárbaro e que ainda nos causa tristeza na eleição. Passado aquele período, aproveito a fala da Silvania Barbosa para dizer que a Câmara vai acompanhar todos os passos desse processo para que o assassino de Silvânio pague na forma da lei por tudo que fez”, disse o presidente da Câmara.

Assassinato

O suspeito de matar Silvânio Barbosa foi preso pela Polícia Militar da Paraíba e confessou o crime. À época, Matheus da Silva Sousa confessou ter facadas no vereador de Maceió, pois tinha a intenção de roubá-lo. Com ele, foram apreendidos um carro, R$ 10 mil em dinheiro, oito relógios e dois celulares.

A Polícia Militar abordou O carro dirigido pelo suspeito foi abordado após atitude suspeita do suspeito. Diante das contradições, os policiais fizeram uma rápida checada e viram que o carro era do vereador, que tinha sido encontrado morto no próprio apartamento, no bairro do Benedito Bentes.

Confessando abertamente, o suspeito relatou ter iniciado relação com o vereador há duas semanas, viu a quantidade de bens na casa e percebeu a facilidade que seria roubá-los. Ele agiu já na segunda vez em que se encontraram, premeditando o crime.

Um vizinho chegou a bater na porta do vereador ao ouvir o crime, mas Matheus o coagiu a responder, mesmo já ferido, e dizer que estava tudo bem. Silvânio Barbosa teria oferecido R$ 10 mil para ficar vivo. O suspeito aceitou o dinheiro, pediu a senha do celular para chamar socorro, mas mesmo assim executou o vereador, segundo relato dado aos PMs.