7 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Como Pinheiro: Vereadores vão ao Mutange e Bebedouro conferir indícios de problemas

Ofício solicitando paralisação das atividades da Braskem dividiu opiniões entre os parlamentares em Plenário

Um grupo de vereadores visitou nesta manhã de quinta-feira (21) aos bairros de Bebedouro e Mutange para conferir “in loco” problemas estruturais que também atingem, a exemplo do Pinheiro, imóveis daquelas localidades.

A decisão foi tomada na sessão ordinária desta quarta-feira (20) na Câmara Municipal de Maceió, depois que o vereador Francisco Sales (PPL) apresentou ofício para que a Casa de Mário Guimarães solicitasse a paralisação, de forma preventiva, dos trabalhos de extração da Salgema pela Braskem nos dois bairros.

De acordo com o ofício de Sales, a iniciativa não pretende criminalizar a empresa, mas preservar o solo nos  bairros, que já está bastante afetado por  fissuras e rachaduras.

Contestado por vereadores contrários à medida, Sales propôs retirar o ofício de pauta se os parlamentares conferissem, pessoalmente, os problemas no Mutange e Bebedouro, inicialmente no PAM e na centenária Escola Nossa Senhora do Bom Conselho.

“Pedir a suspensão das atividades da Braskem sem laudo que justifique tal iniciativa é, me perdoem, irresponsabilidade. As próprias autoridades nunca se manifestaram no sentido de que a empresa paralisasse seus trabalhos no Mutange e Bebedouro. A Braskem gera 15 mil empregos diretos, 25 mil indiretos e representa a cadeia produtiva de Alagoas em 22%. Percentual que ultrapassa os 30% se tomarmos só a economia de Maceió. Se os trabalhos forem suspensos, a empresa fecha e muita gente vai para rua imediatamente. Não podemos criar um problema para resolver outro sem ter certeza de quem é a culpa”. Chico Filho (Progressista), vereador.

Samyr Malta reforçou no assunto:

“Não é fácil tocar nesse assunto, mas é preciso ter responsabilidade. Não podemos dizer que Prefeitura e Estado estão fazendo nada também não é correto. A questão é a complexidade do problema e a população quer respostas efetivas ao drama que vivem. As pessoas não querem mais opinião, elas querem saber o que fazer e como será da vida delas. Pelo que sei, as respostas dos geólogos só devem ser dadas em junho. E até lá, se de fato houve chuva forte em Maceió, o que vamos fazer? Por isso não podemos assumir a responsabilidade de aprovar a paralisação do trabalho da Braskem, sem termos uma confirmação de que a culpa é realmente dela”. Samyr Malta (PSDC), vereador.

A cautela defendida por Chico Filho e Samyr Malta contou com o apoio dos vereadores Silvânia Barbosa (PRTB), Cléber Costa (PP) e Ronaldo Luz (MDB).