O governo cortará pela terceira vez a previsão oficial de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2019. Isso deve reduzir ainda mais a projeção de arrecadação e vai complicar o cenário para cumprir a meta fiscal do ano.
E são tantas quedas que até mesmo seu anúncio já preocupa o governo. Tanto que o Ministério da Economia planeja acelerar a divulgação da estimativa para diminuir a defasagem entre o cálculo da pasta e o do mercado.
O orçamento de 2019 foi elaborado em meados do ano passado com uma previsão de crescimento de 2,5%. Em março, o governo cortou a projeção para 2,2%; em maio, para 1,6%.
A tendência é que a nova previsão oficial fique próxima àquela calculada pelo mercado. Os analistas esperam uma expansão de apenas 0,87%, de acordo com o boletim Focus desta segunda-feira (24) .
Projeções
As projeções do governo para o PIB são tornadas públicas a cada dois meses nos relatórios bimestrais de avaliação de receitas e despesas, mas os documentos são publicados semanas depois de a projeção ser calculada pelos técnicos. O que faz com que o número do governo seja diferente do previsto pelos analistas.
Em 30 de maio, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país caiu 0,2% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre de 2018. Foi o primeiro resultado negativo nessa comparação desde o quarto trimestre de 2016 (-0,6%).
A economia brasileira registrou crescimento de 1,1% em 2018, no segundo ano seguido de alta. Em valores atuais, o PIB totalizou R$ 6,8 trilhões no ano passado.
A queda ocorreu depois de altas de 0,5% no terceiro e de 0,1% no quarto trimestres do ano passado. Segundo dados divulgados hoje (30), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 0,5% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado e 0,9% no acumulado de 12 meses.
A lua de mel do mercado com o governo Bolsonaro acabou. A percepção é de que o país terá mais um ano perdido na economia, de acordo com analistas de mercado.