24 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Crianças afetadas de forma grave pela Covid ficam com sequela cardíaca

Hospital do Coração observou alterações 6 meses após infecção e alerta para necessidade de acompanhamento

Crianças que desenvolveram a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) em razão da Covid-19 continuam com alterações nos vasos sanguíneos que nutrem o músculo do coração seis meses após a alta hospitalar.

O pior é que elas não apresentam sintomas, como cansaço, o que pode deixar o quadro passar despercebido pela família e pelos médicos.

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O alerta vem de um novo estudo do ICr (Instituto da Criança e do Adolescente) do Hospital das Clínicas de São Paulo e reforça a necessidade de acompanhamento a longo prazo das crianças que tiveram a síndrome após a Covid.

Essas alterações, se persistirem, levam a um aumento do risco de infarto e insuficiência cardíaca na vida adulta.

Síndrome

A síndrome é uma condição rara. Atinge uma a cada 3.000 crianças e jovens abaixo de 21 anos que contraem Covid. Ocorre devido a uma reação intensa do sistema imunológico para tentar combater o coronavírus e pode acometer vários órgãos vitais, como o coração. A taxa de mortalidade no Brasil é de 6%, quatro vezes inferior à dos Estados Unidos.

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O estudo do ICr é o primeiro a apontar a persistência dessas alterações seis meses, em média, após a alta da criança. Uma outra pesquisa publicada no mês passado no Journal of the American Heart Association sugeriu que o coração das crianças afetadas pela SIM-P se recupera no período de uma semana a três meses.