20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Esportes

Da várzea à final do Paulistão em pouco mais de 10 anos: Conheça a trajetória do Água Santa

Depois de fazer sucesso no futebol amador entre as décadas de 80 e 90, time de Diadema colhe os frutos de uma ascensão meteórica chegando à decisão do Estadual mais competitivo do país

Ex-CRB, lateral Reginaldo é um dos destaques do Água Santa – Foto: Divulgação  / Água Santa

Por Dyego Barros

Se o futebol é considerado por muitos o esporte mais apaixonante do planeta, isso se deve a histórias como a vivida pelo Água Santa na noite de ontem.

Fundado em 1981 para disputar competições de várzea, o time de Diadema-SP se profissionalizou apenas em 2011 e, após ascensão uma meteórica, chegou à elite do futebol paulista em 2016.

Entre as forças tradicionais do estadual mais competitivo do país, naturalmente lidou com percalços, chegando a retornar à Série A2 em mais de uma ocasião de lá para cá. Nada que pudesse abalar as pretensões de quem sonhava alto por apostar em um projeto que seguiria adiante, independentemente das circunstâncias.

Vice-campeão da segundona em 2021, o Netuno, como é chamado pela torcida, voltou a estar entre os grandes do cenário local no ano seguinte, quando escapou de um novo rebaixamento somente na última rodada do certame.

Contrariando os prognósticos

Em 2023, a lógica, assim como a própria expectativa dos mandatários do clube da região do ABC, apontava para mais uma campanha modesta, voltada à permanência no Paulistão. Porém, rodada a rodada, ponto a ponto, o panorama mudou.

Dono da 4ª melhor campanha da fase classificatória do campeonato, com 23 somados em 12 partidas disputadas, o time do técnico Thiago Carpini se classificou para as quartas de final, garantiu vaga na Copa do Brasil de 2024 e foi além: despachando o favorito São Paulo, nas penalidades, após um empate em 0 a 0.

Nas semis, frente ao Red Bull Bragantino, era outra vez azarão, e de novo, nas penalidades, fez a zebra passear, batendo o RB diante de milhares de “aquáticos” que se deslocaram da Grande São Paulo para a mítica Vila Belmiro – por regulamento, o Água Santa não pode atuar em casa, uma vez que o Estádio Distrital do Inamar não atende a capacidade mínima de 10 mil pessoas, exigida pela FPF nos confrontos de mata-mata.

Desafio indigesto na briga pela taça

O resultado credencia o Netuno a viver o mais importante capítulo de uma curta e impressionante trajetória. Contra o poderoso Palmeiras, de Abel Ferreira, que chega a sua 11ª final à frente do Verdão, a equipe diademense tem chances remotas de título, mas como não acreditar na possibilidade de conquista quando em tantas ocasiões o esporte bretão já demonstrou que tudo se decide somente dentro das quatro linhas?