A Secretaria Adjunta Especial de Defesa Civil iniciou, nesta terça-feira (08), o cadastro de famílias no bairro Pinheiro para a inclusão na ajuda humanitária em decorrência das fissuras na região, processo que prevê o auxílio moradia concedido pelo Governo Federal.
O cadastramento teve início no conjunto Divaldo Suruagy, contemplando 24 proprietários de imóveis, e continua nesta quarta-feira (09) nos Conjuntos Potengy e Jardim Acácia.
A média estabelecida pela Defesa Civil Nacional para o auxílio moradia é de aproximadamente R$ 450. No entanto, segundo explica Dinário Lemos, a Prefeitura solicitou o valor de R$ 1 mil por família, levando em consideração os dados da renda per capita da região e outras informações provenientes do senso realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas).
“A solicitação do recurso já foi encaminhada ao Governo Federal, que deve definir o valor final a ser concedido aos que deixaram seus imóveis. Vamos encaminhar, agora, os cadastros e vamos aguardar a liberação”, completou Lemos.
Coordenadora de Ação Social da Defesa Civil, Joanna Borba esclareceu que, para ser cadastrado, o proprietário deve apresentar documentos pessoais e do imóvel para comprovar a posse. “São, em média, 60 famílias que receberam a recomendação. Os que deixaram seus imóveis por conta própria devem acionar a nossa equipe para que a casa ou apartamento seja avaliada”, disse.
Rachaduras
O prefeito Rui Palmeira foi até Brasília, em novembro, para buscar mais apoio da União para o bairro do Pinheiro. Ele se reuniu no Ministério da Integração Nacional, com representantes de órgãos federais, onde solicitou recursos e a continuidade dos estudos para identificar as causas das rachaduras que afetam imóveis e vias públicas na região.
No Pinheiro, técnicos da Defesa Civil de Maceió realizam levantamentos em relação à população para encaminhar dados ao Governo Federal. A equipe também tem realizado o monitoramento por meio de réguas, que apontam se houve ou não dilatação das rachaduras.
A Prefeitura de Maceió e o Governo do Estado foram cobrados, em julho deste ano, pelos Ministério Público Estadual, para que sejam cumpridas as recomendações, feitas pelo Serviço de Geologia do Brasil e o Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para solucionar e apontar as causas das rachaduras no bairro do Pinheiro.
Após a publicação em junho, o MP abriu um procedimento de investigação para apurar o caso. O bairro de Maceió sofre com rachaduras, ocorridas nos meses de Fevereiro e Março. Alguns moradores preferem ficar fora dos imóveis e aguardam um laudo final sobre os motivos das rachaduras.
Entre as solicitações, agora cobradas pelo MPE, estão o Mapeamento com delimitação integral da área atingida pelo fraturamento, instalação de uma rede de monitoramento geodésico e de uma rede de monitoramento sismográfico.
A região foi a que mais sofreu com o abalo sísmico no início de 2018. No dia 3 de março, um forte tremor foi sentido nos bairros do Bebedouro, Cruz das Almas, Jatiúca, Farol, Feitosa, Pinheiro e Serraria na capital Alagoana.
O acontecimento incomum provocou pânico em moradores, que chegaram a evacuar prédios, casas e foram para as ruas assustados. Os relatos de maior tremor foram no Pinheiro, onde até mesmo moradores em casas sentiram o evento. Nos demais bairros, só os que estavam em apartamentos.