27 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Delação de diretor da Petrobras é questionada em nova fase da Lava Jato

PF investiga o pagamento de pelo menos US$ 31 milhões em propinas

Batizada de Sem Limites, a 57ª fase da Operação Lava Jato deflagrada nesta quarta-feira (5), pela Polícia Federal, investiga o pagamento de pelo menos US$ 31 milhões em propinas para operadores e então funcionários da Petrobras, entre os anos de 2009 a 2014.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), essas propinas foram desembolsadas por “grandes empresas do mercado de petróleo e derivados”. Entre as empresas, estão a Vitol, Trafigura e Glencore.

Há suspeita de que, entre 2011 e 2014, elas fizeram pagamentos de propinas nos valores de US$ 5,1 milhões, US$ 6,1 milhões e US$ 4,1 milhões, respectivamente, “relacionadas a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguel de tanques para estocagem”.

“As provas apontam que havia um esquema em que empresas investigadas pagavam propina a funcionários da Petrobras para obter facilidades, conseguir preços mais vantajosos e realizar contratos com maior frequência”, diz o MPF.

A Justiça Federal no Paraná expediu 37 ordens judiciais, que são cumpridas pela PF (Polícia Federal). Ao todo, são 11 mandados de prisão preventiva (sem prazo), 26 mandados de busca e apreensão, além de seis intimações. As ordens são cumpridas no Paraná e no Rio de Janeiro.

Delação

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e delator da Operação Lava Jato, o engenheiro Paulo Roberto Costa pode ter seu acordo de colaboração com o MPF revisto.

A nova fase pode ter comprovado que ele tenha deixado de dar informações sobre um esquema envolvendo uma gerência que era subordinada à sua diretoria.