9 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Delgatti faz depoimento bomba na CPI e diz que agora teme ser morto

Senador pede providência do Ministério da Justiça para garantir a segurança do hacker

Walter Delgatti depõe na CPMI do golpe e diz que teme ser assassinado

Em depoimento bombástico, à CPMI da tentativa de golpe do 8 janeiro, o hacker Walter Delgatti, acusou diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como o principal articulador das tentativas de fraudes das urnas eletrônicas das eleições de 2022 e disse, claramente, que depois de suas denúncias passa a ter medo por sua vida. Ou seja, de ser morto.

Por conta disso o senador Rogério Carvalho (PT-SE) pediu que o Ministério da Justiça tome providências para a segurança de Delgatti, em qualquer ambiente que ele esteja.

Na CPMI, Delgatti afirmou que, em reunião com o então presidente Jair Bolsonaro, em 2022, o chefe do Executivo assegurou que lhe daria um indulto em troca de uma operação fake nas urnas eletrônicas. A ideia era de que um código-fonte fake seria criado por Delgatti para simular uma falha nas urnas eletrônicas, uma operação que seria revelada durante as manifestações do 7 de Setembro.

Segundo ele, a oferta teria sido feita por um marqueteiro do partido de Bolsonaro, o PL, no Palácio da Alvorada.

Delgatti disse ainda que o marqueteiro Duda Lima sugeriu que falhas fossem simuladas nas urnas. “A ideia dele era falar que a urna, se manipulada, sairia o mesmo resultado. Um código fonte fake. Essa apresentação fake iria explicar à sociedade, a quem estivesse no dia 7 de setembro, que era possível aquela urna que eles veem na eleição imprimir outro voto. A ideia era essa”, explicou o hacker.

Disse também que Bolsonaro não entendia sobre o funcionamento das urnas e determinou que o hacker fosse ao Ministério da Justiça, junto ao coronel Marcelo Câmara, para conversar com técnicos da pasta. O ex-presidente ainda assegurou que Delgatti seria contemplado com um indulto se fosse incriminado.

“Ele me disse que eu estaria ajudando a salvar o Brasil”, contou o depoente. “A ideia era de que eu receberia um indulto do presidente. E ele havia concedido o indulto a um deputado federal (Daniel Silveira) e como eu estava com cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava esse indulto.”